quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Doce Vida (La dolce Vita) 1960



La Dolce Vita é a história de um repórter italiano, cuja vida de decadência leva a consequências trágicas e depois de encontros com uma atriz, uma socialite, uma comunidade religiosa, e a sua namorada suicida. Enquanto o filme transmite realismo, Fellini também traz o caos para a tela, onde há momentos que questionam a moralidade, sexualidade, socialismo, e a própria humanidade. Filmado a preto e branco pelo diretor de fotografia Otello Martelli, o filme é reproduzido como um circo com imagens surreais que parecem dobrar o mundo da realidade e da fantasia.
Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) é um repórter viajando num helicóptero que está carrega a estátua de Jesus Cristo por cima de Roma, para mais tarde se juntar ao amigo fotógrafo Paparazzo (Walter Santesso) numa bôite. Depois do encontro com uma socialite aborrecida, Maddalena (Anouk Aimée), Marcello leva-a a um passeio e dorme com ela para voltar para casa ao nascer do sol, e lidar com a sua namorada auto-destrutiva Emma (Yvonne Furneaux). Para fazer a reportagem sobre a chegada de uma atriz americana chamada Sylvia (Anita Ekberg), Marcello segue para uma entrevista coletiva com a atriz, que trouxe o namorado Robert (Lex Barker). Marcello leva Sylvia numa excursão por Roma, onde mais tarde irá a uma festa com a amiga Frankie Stout (Alan Dijon) e o alcóolico Robert. Deixando a festa com Marcello, Sylvia toma banho na Fonte de Trevi sem reparar que Marcello está de olho nela.  
O que torna La Dolce Vita um filme tão arrebatador é a abordagem de Fellini a levar a simples odisseia de um homem da vida através de um mundo de decadência. O filme realmente pertence a Fellini já que ele é um homem que gosta que tudo seja um espetáculo com na cena de abertura e todas as sequências no clube noturno, e na decadência dos festeiros, incluindo o final, onde Marcello força uma mulher chamada Nadia (Nadia Gray) a tirar a roupa. Cada imagem, cada quadro, cada coisa que acontece no filme pode parecer demais para um filme de três horas, mas nunca temos um momento de tédio.
Fellini, o realizador, é um homem que parece adorar a imagem. Com o diretor de fotografia Otello Martelli, o filme tem um olhar a preto-e-branco evocativo, maravilhoso, onde tudo é enorme, especialmente se estivermos a vê-lo num ecrã cinema. Martelli traz um olhar exuberante e romântico ao filme, especialmente na cena da Anita Ekberg na Fontana di Trevi com Marcello. Ainda assim, o filme é todo de Fellini, onde ele parece se apaixonar por cada imagem, e há sempre um grande shot em cada sequência, onde tudo acontece. O argumento não se perde a excessos uma vez que transporta uma história simples, expandida pelo seu excesso. O filme também aborda muitos assuntos questionáveis ​​com personagen homossexuais e e também questões de espiritualidade, da moral e da própria humanidade.
O maior e mais icónico desempenho do filme vai claramente para Marcello Mastroianni como Marcello Rubini. Mastroianni oferece-nos um desempenho cheio de carisma e coolness. Mesmo depois deste filme, Mastroianni não envelheceu, mesmo quando o vemos em filmes bastante posteriores. Mastroianni também traz profundidade emocional a um personagem que pode parecer superficial, mas na sua busca pela realização, vemos o quanto ele luta. É um desempenho que é desafiador e até ao final do filme vamos amá-lo e odiá-lo ao mesmo tempo em que ele aceita o seu próprio destino, onde no final, queremos saber o que realmente vai acontecer com ele. É um dos maiores desempenhos na história do cinema.

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