Nascido em 1943, em Salford, Lancashire, Mike Leigh começou a sua carreira como actor, diretor de teatro, dramaturgo, antes de ir para a televisão e, por fim, o cinema. Ao longo de mais de três décadas e mais de vinte filmes, Leigh ganhou uma reputação internacional pelos seus dramas amargos sobre a vida quotidiana britânica. Apesar dos seus filmes terem ambientes perpetuamente cinzentos, protagonistas amargurados e argumentos muitas vezes minimalistas, estes apelam a um público amplo. A exploração das relações sociais estendem-se muito além dos estreitos limites da média classe e da classe trabalhadora em Inglaterra. Em Secrets and Lies (1996), interpretado por Marianne Jean-Baptiste e com Brenda Blethyn como a sua mãe dona de casa, as preocupações são de a busca duma mulher pelas suas raízes, Naked (1993) expõe as realidades carentes e dolorosas da vida urbana com um conto sobre as desventuras de um vagabundo em Londres; Bleak Moments (1971), diz respeito às lutas financeiras de jovens moradores da cidade, com ligações sobre o isolamento social.
Em vez de trabalhar e filmar num filme com um argumento pré-escrito, Leigh trabalha de perto e intensamente com todos os seus actores, dos papéis principais aos menores, desenvolvendo as personagens, os cenários e os diálogos ao longo de meses de improvisações individuais e coletivas para a construção de um argumento final. Os actores parecem amar a maneira como o realizador os envolve, de modo integral no processo.
Durante os próximos dias, vamos passar por aqui 11 dos seus filmes, sendo um deles uma curta, e dois feitos para TV. De fora fica uma série de curtas que são muito difíceis de encontrar pela internet. O ciclo também ficará por 2004, ano em que saíu Vera Drake. Espero que gostem, até sábado.
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