sábado, 28 de setembro de 2013

A Cor do Paraíso (Rang-e Khoda) 1999



Mohammed (Mohsen Ramezani) é um menino de oito anos que frequenta uma escola para cegos em Teerão. No final do ano lectivo, todas as crianças vão para casa para passar as férias com as famílias - todos, menos Mohammed, cujo pai Hashem (Hossein Mahjub) é um viúvo amargo que considera o filho como um fardo. Eventualmente, Hashem relutantemente concorda em levar Mohammed de volta para a quinta da família no norte do Irão, onde ele é recebido com alegria pela avó (Salime Feizi) e as duas irmãs. Mohammed está feliz na quinta, mas, entretanto, Hashem, que planeia em breve casar-se de novo, procura encontrar um modo de como se livrar dele para sempre.
O caso do cinema iraniano, que por esta altura era considerado o mais vibrante do mundo, cresce ainda mais forte com o lançamento deste magnífico filme de Majid Majidi. De Majidi já tínhamos visto o soberbo "Filhos do Paraíso", o primeiro filme iraniano a ser nomeado para um Óscar de Hollywood, e este inicia-se com o ponto de vista de uma criança e amplia a sua visão para abarcar as complexidades emocionais do mundo adulto. Com suprema habilidade a contar histórias e sem recorrer ao sentimento falso, Majidi desenvolve este belíssima filme através dos olhos cegos do jovem Mohammed cujos outros sentidos são tão agudos sentimos que ele pode ver nas almas de quem o rodeia. Momentos, como a cena em que ele passa os dedos sobre o rosto da sua irmã, sentindo que ela cresceu e outro no qual ele demonstra incrível velocidade e habilidade com o Braille são momentos que nos tocam no coração. Dividindo-se o foco de uma maneira uniforme entre Mohammed e o seu pai são nos dadas visões sobre as questões sociais e culturais mais amplas em jogo, que ressoam profundamente nos comentários cáusticos da magnífica avó de Mohammed. 
A Cor do Paraíso tem traços de alegoria religiosa, começando a partir do mundo visível, físico e, de seguida, sugerindo uma outra dimensão espiritual. É verdade que o trabalho de Majidi parece relativamente simples e convencional - e as suas tentativas de obter para as emoções do espectador podem ter pouca vergonha. Ainda assim, lento e óbvio que o filme possa ser, o seu trabalho cuidadoso de "simplicidade" merece uma revisão.

  
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