quinta-feira, 11 de julho de 2013

Os Fantasmas Divertem-se (Beetlejuice) 1988



O segundo filme de Tim Burton é ainda mais impressionante visualmente do que a estreia em 1985,  Pee-wee's Big Adventure, mesmo que a aparência geral aqui seja mais vulgar e avassaladora, que confia mais nos efeitos especiais e maquilhagem do que na criação de um "universo ". Mas também é um dos seus filmes mais engraçados, com Michael Keaton a ter uma performance brilhante. Ele interpreta o personagem-título, um "bio-exorcista", que aparentemente ajuda a eliminar "criaturas vivas traquinas", e mesmo só aparecendo durante poucos minutos na tela, domina o filme.  
Um simpático casal, normal, Adam (Alec Baldwin) e Barbara Maitland (Geena Davis) desfrutam da sua enorme casa de campo quando morrem num acidente de carro e voltam como fantasmas. Um casal horrível, da grande cidade, Charles (Jeffrey Jones) e Delia Deetz (Catherine O'Hara), mudam-se para lá com a deprimida filha alolescente, Lydia (Winona Ryder) e procedem a uma violenta redecoração (com a ajuda do pretensioso Otho, interpretado por Glenn Shadix). Incapazes de assustar os novos inquilinos, Adam e Barbara desesperados chamam Beetlejuice, e arrependem-se imediatamente da sua decisão. Ele é uma criatura hiperativa, desagradável, vomitando piadas mais rápidas do que o filme pode aguentar, e é brilhantemente hilariante. (Mesmo depois de vermos o filme uma dúzia de vezes, continua a fazer-nos rir). Burton depende fortemente dos cenários bizarros e decorativos, chocando a normal casa de campo com um modelo grotesco (e horrível, com esculturas demoníacas de Delia). O filme começa com um daqueles travellings de helicóptero, da pequena cidade e dos seus campos verdes e pequenos prédios, mas a certa altura, seguimos para uma imagem em miniatura do modelo do sótão de Adam, da mesma cidade. É uma forma de introduzir a irrealidade da situação de Burton, e de anunciar que nenhuma regra deve ser seguida. Curiosamente, Keaton entrou num filme sério sobre o abuso de drogas, "Clean and Sober", e recebeu um prémio bem merecido da National Society of Film Critics, pelos dois filmes.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Tim Burton é único, adoro seu humor
e suas críticas as mazelas.
O texto ficou ótimo parabéns ^^