sábado, 9 de fevereiro de 2013
Prisioneiros da Noite (Too Late Blues) 1961
Entre os seus dois marcos do cinema independente, "Shadows" e "Faces", o actor que se tornou realizador, John Cassavetes, passou os anos 60 a fazer dois filmes menos conhecidos de estúdio, muitas vezes negligenciados nos estudos da sua obra. Um deles era o da MGM "A Child is Waiting", que ainda recebeu algum airplay devido à presença de Judy Garland e Burt Lancaster como protagonistas, enquanto o outro, "Too Late Blues", da Paramount raramente é reconhecido, excepto como uma rara oportunidade de protagonista para o cantor Bobby Darin.
Visto hoje, o filme (que o realizador raramente citava) é uma obra valiosa para um realizador em transição no meio de uma cultura de jazz. Alguns dos melhores talentos deste género musical podem ser encontrados providenciando música para os muitos números musicais aqui encontrados, incluindo Jimmy Rowles, Benny Carter, e Shelly Manne em músicas como ""Sax Raises Its Ugly Head" e "Look Inward Angel,", bem como uma banda sonora inspirada em jazz, pelo especialista David Raksin.
O filme, mais como um estudo de uma personalidade do que de uma narrativa tradicional, segue o espírito criativo de "Ghost" Wakefield (Darrin), um músico determinado e dedicado à sua arte que se recusa a vender à fama. Ele liga-se a uma paixão antiga, Jess (Stella Stevens, um ano antes de aparecer ao lado de Elvis Presley em "Girls! Girls! Girls!"), e quando a deixa entrar no círculo da sua banda, todo o mundo ameaça desmoronar sobre a sua cabeça.
A idéia base do filme soa a algo que o espectador já viu inúmeras vezes, mas o que faz Cassavetes ser tão único é o foco na atmosfera e verossimilhança musical em vez do drama da história. O atrito de uma sessão de gravação, a dinâmica de um "frontman" face aos muitas vezes esquecidos restantes músicos, e os desafios de manter o corpo e a alma juntos face às dificuldades financeiras, tudo é aqui revisto de uma forma corajosa e firme, embora muitos críticos tivessem marcado o filme como "deprimente", na altura do seu lançamento. No entanto, o tempo tem sido muito bom para o filme, e enquanto é estranho ver Darrin num filme sobre o mundo da música onde ele realmente não canta, absolve-se bem num papel muito mais antipático do que seria de esperar. Também muito significativo a partir de um ponto de vista da cultura pop, o filme de 1961 também apresenta um jovem Vince Edwards, que se tornaria famoso nesse mesmo ano.
Legendado em espanhol.
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