domingo, 20 de setembro de 2015

Raoul Walsh - Parte II

Quando os críticos dos Cahiers du Cinema conferiam o status de "auteur" aos cinestas de Hollywood, a tendência era favorecer os realizadores mais "machos" cuja vida era tão áspera como os filmes que faziam. Raoul Walsh era o epítome da bravura, um dos chamados "mavericks" que demonstrava um vigoroso senso de aventura, dentro e fora da tela.
Ainda em adolescente, interrompeu os estudos para viajar com o seu tio de barco, acabando por se tornar cowboy no México. No Texas juntou-se a uma companhia de teatro itenerante, e finalmente chegou a Hollywood como cowboy cantor, trabalhando para D. W. Griffith em vários filmes, tanto atrás como à frente das câmeras, como por exemplo, no papel de John Wilkes Booth em "The Birth of a Nation" (1915).
Como realizador, Walsh foi um pioneiro. Ajudou a formular o protótipo do filme de gangsters com "Regeneration" (1915), além de realizar uma série de outros filmes mudos notáveis, como "The Thief of Bagdad" (1924), "What Price Glory" (1926), e "Sadie Thompson" (1928). Também deu a John Wayne uma das suas primeiras oportunidades, em "The Big Trail" (1930). Mas, os anos trinta não foram muito favoráveis a Walsh, e foi apenas quando ele se mudou para a Warner Bros., no final da década, que começaram a aparecer sinais de um estilo pessoal.
O seu forte eram os filmes de acção, preenchidos com uma energia abrasiva e uma decência brusca onde os seus heróis definiam o seu próprio código moral, num universo indiferente. Com um trio de filmes de gangsters levou o género a novos patamares: "The Roaring Twenties" (1939), "High Sierra" (1941) e "White Heat" (1949). Walsh demonstrava uma afinidade natural com actores duros como James Cagney ("Manpower" 1941), Humphrey Bogart ("They Drive by Night" 1940), e, principalmente, Errol Flynn (quem dirigiu em vários filmes). As experiências pessoais de Walsh incutiam autenticidade em westerns como "Pursued" (1947) ou "Colorado Territory" (1949).
Permaneceu um realizador activo até meados da década de 60, mas a sua carreira entrou em declínio desde que saíu da Warner, a meio da década de 50. Ao todo realizou mais de 100 filmes, numa carreira que se prolongou por 52 anos, tendo sido forçado a retirar-se em 1964, por perder a visão no já único olho que tinha.
Nesta segunda parte do ciclo, vamos pegar em Walsh no final da Segunda Guerra Mundial, e acompanhá-lo até ao início da década de 50. Falta o "Objective, Burma!", que pode ser encontrado aqui

- Uncertain Glory (1944)

- San Antonio (1945)

- Pursued (1947)

- Fighter Squadron (1948)

- Silver River (1948)

- White Heat (1949)

- Colorado Territory (1949)

- Montana (1950)

- Distant Drums (1951)

- Along the Great Divide (1951)

- Captain Horatio Hornblower (1951)

Até amanhã, e boa semana.


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