sábado, 21 de fevereiro de 2015

Chantrapas (Chantrapas) 2010



Nicolas é um artista, um cineasta, que só deseja expressar-se e a quem todos desejam reduzir ao silêncio. Quando inicia a sua carreira na Geórgia, os "ideólogos" esperam amordaçá-lo, preocupados com o facto de a sua obra não seguir as regras fixadas. Perante a determinação daqueles, Nicolas deixa a sua terra natal e viaja para França - a terra da liberdade e da democracia. Mas o "estado de graça’ não vai durar muito.
O georgiano Otar Iosseliani, um estudante de Aleksandr Dovzhenko, já vinha a trabalhar em França desde o início dos anos 80. "Chantrapas" era o seu primeiro filme sobre um tema relacionado com a Rússia/Georgia em quase quinze anos. O título do filme deriva da expressão "(ne) chantera pas" (não vou cantar), aparentemente usada num passado distante. Um mestre a descobrir componentes de contos de fadas alegóricos nas mais básicas circunstâncias, Iosseliani rodeia Nicolas com assistentes mágicos improváveis.
Iosseliani nunca perde a oportunidade de fazer reviver a carreira de um velho profissional. Por exemplo, neste filme temos o actor e realizador vencedor de um Óscar Pierre Étaix, que se tornou realizador na década de 50 sob a tutela de Jacques Tati, mas que já tinha deixado a cadeira da realização desde os anos 80, e que desempenha na perfeição o papel de um produtor francês.
Para o realizador, este filme é “um retrato colectivo de cineastas”. “Sempre consegui tudo o que queria, ainda que os meus filmes fossem proibidos”. Homogeneamente filmado por dois diferentes directores de fotografia, um em França e o outro na Geórgia,  o filme é feito com o estilo simples que já nos habituara Iosseliani, sugerindo que contar uma história de uma forma convincente nunca foi uma qualidade essencial aos seus olhos.
Passou no festival de Cannes de 2010, extra festival.

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