sexta-feira, 23 de maio de 2014

Fitzcarraldo (Fitzcarraldo) 1982



Fitzcarraldo (Klaus Kinski) é um homem obcecado por ópera, que quer construir uma Ópera no meio da selva. Para conseguir isso ele primeiro tem de fazer uma fortuna no negócio da borracha, e para o conseguir ele elabora um plano astuto que envolve transportar um enorme barco pelo rio, através de uma montanha com a ajuda dos indios locais.
Uma das melhores colaborações entre Kinski e Herzog, talvez apenas suplantada pelo primeiro filme dos dois (Aguirre), e talvez mesmo o melhor do ponto de vista visual. Falta-lhe apenas a crueza e a ferocidade que fizeram de "Aguirre" um filme tão convincente. Nesse aspecto "Fitzcarraldo" é um filme mais simples.
Mas simples não é bem a palavra certa para este filme, uma vez que envolve arrastar um navio através de uma montanha. Herzog arrastou mesmo um navio através de uma encosta, apesar de lhe terem dito que era impossível. Com Stanley Kubrick disse: "Um filme é - ou deve ser - mais sobre música do que sobre ficção. Deve ser uma progressão de estado de espírito e de sentimentos. O tema, o que está por trás da emoção. O sentido, tudo o que vem depois". O filme fala para nós a um nível muito profundo, mas explicá-lo em palavras é muito difícil, já que mesmo o realizador não é capaz de fazê-lo. Isto resume o filme perfeitamente, já que não há razão para tentar explicá-lo verbalmente, pois representa o cinema na sua forma mais artística.
Kinski, num dos seus papéis mais frenéticos, aparece aqui na sua melhor força. O facto da história ser mínima pode deixar em aberto algumas críticas, mas há que apreciar todos os méritos cinematográficos do filme. Fitzcarraldo é um filme que celebra tanto a importância da arte nas nossas vidas como a resistência do espírito humano em face às adversidades. Muito bem trabalhado e intensamente poético na sua simplicidade narrativa, é um filme fascinante.

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