quinta-feira, 29 de maio de 2014
Confissões de um Comissário de Polícia ao Procurador da República (Confessione di un Commissario di Polizia al Procuratore della Repubblica) 1971
A corrupção da Máfia no sistema é o foco deste filme, mais especificamente em como dois oficiais do governo tão díspares escolhem lidar com ela. Ambas as filosofias individuais e a abordagem ao problema são bastante diferentes, levando os homens a entrar em conflito em vez de trabalharem juntos.
A capital da Sicília, Palermo, é o cenário. O responsável pelo comando da polícia é o Capitão Bonavia (Martin Balsam), um polícia veterano, cuja atitude imperturbável esconde um inimigo implacável para o crime organizado, personificado por D'Ambrosio (Luciano Catenacchi), o chefe máximo da Máfia local. D'Ambrosio está bem colocado na indústria de construção em Palermo, e como tal tem amigos muito bem colocados na comunidade empresarial e no governo da cidade. Ao longo dos anos Bonavia prendeu-o várias vezes, para o ver liberto logo a seguir, por falta de provas. Entretanto chega o novo procurador da republica, Traini (Franco Nero). Os dois oficiais da justiça desconfiam um do outro, já que os tentáculos da Máfia chegam a todo lado. Será que vão conseguir trabalhar juntos?
Superficialmente, "Confessione di un Commissario di Polizia al Procuratore Della Repubblica" é um típico drama sobre o mundo do crime, igual a tantos outros saídos na década de 70, chamados "Poliziotteschi", cheio de negócios sujos, e intensas lutas entre policias e ladrões, mas o filme tem alguns toques invulgares, para o colocarmos alguns furos acima da média. Franco Nero, que não era dos actores mais expressivos da sua geração, tem aqui um dos seus papéis mais determinantes, e Martin Balsam traz algum vigor ao seu papel de um capitão da polícia, que pode ter pisado a lei em nome da justiça. Balsam e Nero fazem convincente jogo de confiança/desconfiança, e formam uma dupla perfeita ao longo do filme.
Damiano Damiani era um realizador que já vinha a fazer filmes politicos a algum tempo, sempre disfarçados de outros sub-géneros. Tomamos como exemplo "A Bullet for the General", um Zapata Western, que eram spaghetti westerns com um fundo político, neste caso a revolução mexicana. Aqui temos um "Poliziotteschi" disfarçado, mas tão bem disfarçado que nem nos apercebemos para colocar esta etiqueta no filme, colocando-se entre os melhores filmes do mundo do crime daquela época.
O norte americano Martin Balsam tinha acabado de participar em "O Pequeno Grande Homem", de Arthur Penn, e entraria numa série de filmes italianos na década de 70, alguns dos quais policiais.
Seria um dos primeiros filmes italianos a colocar a Máfia no centro de toda a corrupção. Este filme ainda produziu duas pseudo-sequelas, ambas realizadas por Damiano, e com Franco Nero no mesmo tipo de papel, mas ambas menos importantes.
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