domingo, 30 de agosto de 2020

Furtivos (Furtivos) 1975

 A história de Ángel (Ovidi Montllor), um hábil caçador que vive com a mãe (Lola Gaos) na floresta. Numa viagem à cidade ele conhece Milagros (Alicia Sánchez), uma jovem que fugiu de um reformatório e namora com um perigoso delinquente.  Vai levá-la para a sua casa na floresta, e vai manter uma relação com a jovem que a mãe não vai gostar nada, por causa de ciúmes, do medo que a jovem possa roubar-lhe o filho, com os três a formarem um triângulo emocional e sexual voltado para a tragédia.
Quando se trata de fazer uma análise critica a "Furtivos", de José Luis Borau, torna-se difícil separar os domínios da história, da política e do simbolismo. Depois de uma briga entre os censores e a produtora o filme teve uma estreia agitada no Festival de San Sebastian, menos de três meses antes da morte do general Francisco Franco. Críticos de cinema chamaram este momento de "os anos da metáfora", um momento histórico em que o combate à censura polariza grande parte das energias dedicadas à criação cinematográfica de forma democrática e politicamente consciente. Como consequência, o estudo do filme tem sido moldado por analogias entre o enredo do filme e as politicas da época.
Analogias à parte, este filme é uma das melhores representações desta época de ouro do cinema espanhol. "Furtivos" é uma metáfora poética dos tempos sombrios que a Espanha viveu durante a ditadura, sem ser muito político. A mãe e o filho, vivendo na floresta, são eles próprios a representação da relação entre o povo e o governo da época. Imprescindível se quisermos entender o cinema espanhol e a cultura espanhola durante aqueles tempos difíceis em Franco estava a morrer. Mostra mais do que muitos outros filmes, sem ser muito óbvio.
Legendas em inglês.

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