Um de grupo de sete enfermeiras e um médico estão envolvidas numa quadrilha de venda de corpos humanos. Quando uma das enfermeiras se apaixona pelo médico e que sair do grupo, ela é brutalmente assassinada para evitar que os segredos sejam revelados. A enfermeira assassinada volta então dos mortos sete horas depois da sua morte para aplicar a vingança.
"Sick Nurses" é um estranho filme de terror tailandês, realizado a quatro mãos por Thospol Sirivivat e Piraphan Laoyont. Superficialmente parece um filme de terror como tantos outros asiáticos, que lidam com fantasmas femininos de cabelo grande. Enquanto o filme utiliza a maioria das convenções desenhadas pelos padrinhos do género, "The Ring", "Ju-On", as semelhanças com os filmes visados ficam-se por aqui.
O mais interessante sobre este filme, é que não é divulgado por ordem cronológica, vai saltando de sequência para sequência, e algumas das coisas mais importantes aparecem através de flashbacks. É frequente o espectador perguntar o que está a acontecer, porque a estrutura do filme é tudo menos típica. Se a narrativa confusa afastar alguns espectadores, tudo faz mais sentido na terceira parte do filme.
O filme brinca com alguns estereótipos sexuais, por exemplo, cada uma das enfermeiras se veste mais como uma versão idealizada da Playboy, do que com outra coisa. Cada uma das enfermeiras usa o seu sex appeal, e a câmara não tem medo de jogar com a beleza natural do elenco feminino, com excelentes sequências de cores fantásticas e visuais pop-art. Não é um filme particularmente assustador, nem sequer tem suspense, mas tem um óptimo humor negro, e gore que baste.
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sexta-feira, 30 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Reencarnação da Vingança (Body sob 19) 2007
Chon, um estudante de medicina, começa a saír com uma psicoterapeuta depois de sonhar com uma mulher que tinha encontrado apenas uma vez num restaurante. Nos seus sonhos um homem misterioso mata-a e corta o seu corpo em pedaços, atirando-os para uma sanita. Estes pesadelos assombram-no, e eventualmente ele sente como se o seu corpo estivesse a ser dissecado por um bisturi. Aparentemente a mulher está morta, e envia-lhe estas mensagens através dos pesadelos, mas estas mensagens não são para si, mas sim para o assassino. Falam de vingança, como quem diz: "Ainda estou aqui!"
Realizadores tailandeses como Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom trouxeram-nos alguns dos filmes de terror mais interessantes dos últimos anos, como "Shutter" ou "Alone", até que nos chega este "Body #19", produzido pelo mesmo estúdio, mas realizado por outro realizador, Paween Purikitpanya (um estreante), então, algum nível de qualidade era esperado. De um modo geral, "Body #19" tem tudo o que se pedia a um filme de qualidade, cenários cuidadosamente concebidos, embora tenha exagerado no seu tempo de duração, de um pouco mais de duas horas.
Enquanto que uma maior duração poderia resultar numa história mais detalhada, aqui resulta mais na utilização de um número de cenas desnecessárias, que podiam ter ficado de fora na edição final. Mas é normal nas histórias de terror contemporâneos os asiáticos juntarem uma "back story" dos personagens, ou explicar porque as almas inquietas tinham de voltar para vingar-se.
Mas não há muitos mais defeitos a apontar, pois tecnicamente é um filme bastante interessante. Fotografia bastante bem trabalhada, planos de câmara bastante inovadores e fora do tradicional, e também efeitos especiais acima da média.
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Realizadores tailandeses como Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom trouxeram-nos alguns dos filmes de terror mais interessantes dos últimos anos, como "Shutter" ou "Alone", até que nos chega este "Body #19", produzido pelo mesmo estúdio, mas realizado por outro realizador, Paween Purikitpanya (um estreante), então, algum nível de qualidade era esperado. De um modo geral, "Body #19" tem tudo o que se pedia a um filme de qualidade, cenários cuidadosamente concebidos, embora tenha exagerado no seu tempo de duração, de um pouco mais de duas horas.
Enquanto que uma maior duração poderia resultar numa história mais detalhada, aqui resulta mais na utilização de um número de cenas desnecessárias, que podiam ter ficado de fora na edição final. Mas é normal nas histórias de terror contemporâneos os asiáticos juntarem uma "back story" dos personagens, ou explicar porque as almas inquietas tinham de voltar para vingar-se.
Mas não há muitos mais defeitos a apontar, pois tecnicamente é um filme bastante interessante. Fotografia bastante bem trabalhada, planos de câmara bastante inovadores e fora do tradicional, e também efeitos especiais acima da média.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
13 Beloved (13 Game Sayawng) 2006
Pusit está a ter o pior dia da sua vida. Perdeu o emprego, e tem um dívida muito grave. Tudo isto está prestes a mudar, quando ele recebe um telefonema misterioso com uma oferta muito tentadora. Se ele conseguir completar 13 tarefas pode receber 100 milhões de Bahts. Ele acaba por aceitar, mas não sabe onde se está a meter.
"Saw" é muitas vezes citado como um dos filmes de terror mais inteligente dos últimos anos, e por boas razões. A sua crítica maliciosa sobre a natureza humana, do quanto longe se poderia ir para salvar a sua própria pele trouxe uma brisa de ar fresco a um género que se encontrava por demais explorado. Este thriller tailandês vai buscar algumas dicas à saga "Saw", mas, além de colocar o personagem principal no teste da sua vida, ainda adiciona algumas sequências satíricas, que o tornam num dos filmes mais perturbadores deste género em muito tempo.
Como é costume neste sub-género é necessária alguma crença no desacreditável para aceitar que os conspiradores nas sombras têm olhos e ouvidos em todo o lado para manipular os acontecimentos, mesmo num grau muitas vezes ridículo. No entanto, a revelação final sobre quem está a puxar os cordões leva a credibilidade um pouco longe demais, além de ser muito sombrio na sua apreciação da humanidade.
Era o segundo filme de Chookiat Sakveerakul, então um jovem de 25 anos.
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"Saw" é muitas vezes citado como um dos filmes de terror mais inteligente dos últimos anos, e por boas razões. A sua crítica maliciosa sobre a natureza humana, do quanto longe se poderia ir para salvar a sua própria pele trouxe uma brisa de ar fresco a um género que se encontrava por demais explorado. Este thriller tailandês vai buscar algumas dicas à saga "Saw", mas, além de colocar o personagem principal no teste da sua vida, ainda adiciona algumas sequências satíricas, que o tornam num dos filmes mais perturbadores deste género em muito tempo.
Como é costume neste sub-género é necessária alguma crença no desacreditável para aceitar que os conspiradores nas sombras têm olhos e ouvidos em todo o lado para manipular os acontecimentos, mesmo num grau muitas vezes ridículo. No entanto, a revelação final sobre quem está a puxar os cordões leva a credibilidade um pouco longe demais, além de ser muito sombrio na sua apreciação da humanidade.
Era o segundo filme de Chookiat Sakveerakul, então um jovem de 25 anos.
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terça-feira, 27 de outubro de 2015
Re-cycle (Gwai wik) 2006
Uma escritora chamada Ting-yin, que depois de terminar o primeiro rascunho de seu novo livro,"Assombração", simplesmente desiste de escrever e acaba apagando o arquivo inteiro do seu computador. A história, no entanto, parece não querer ir embora e começa a apavorar a sua vida. A escritora começa a ver coisas inexplicáveis, incluindo uma estranha mulher que aparece repetidamente no seu caminho. Logo, ela descobre que existe um plano de uma realidade paralelo ao nosso, que serve como casa para as nossas esperanças esquecidas, sonhos, desejos... e pesadelos.
Enquanto Hollywood obsessivamente fazia remakes dos filmes de gore dos anos setenta, os irmãos Danny e Oxide Pang foram transformando o género de dentro para fora. Este filme voltava a reunir a estrela do seu primeiro sucesso, Angelina Lee, com os dois irmãos Pang. Os irmãos Pang dão-nos vislumbres de um fantasma de cabelos compridos seguindo Ting-yin no apartamento, sugerindo que este filme vai ser mais um rip-off de "The Ring", mas depressa sobe majestosamente para outro nível, com Ting-yin a seguir o fantasma para um mundo paralelo estranho, muito além da nossa realidade. Ela viaja para um mundo de CG de tirar o fôlego, confrontando almas perdidas, objectos assassinos gigantes, uma caverna assombrada por fetos abortados, e hordas de zombies.
Este é um dos raros filmes de terror que faz sucesso com o uso da computação gráfica, conjurada com uma atmosfera opressiva e assustadora. É um mundo assombrado por coisas à muito esquecidas, memórias perdidas, fantasmas senis, objectos descartados. Os edifícios decadentes por onde Ting-yin vagueia têm um efeito no público oriental porque são recriações de marcos outrora famosos, demolidos para abrir caminho para o milagre económico. Enquanto Ting-yin faz amizade com uma menina-fantasma, que detém a chave para revelar um segredo obscuro, os irmãos traçam um paralelo entre as ansiedades reprimidas da nossa heroína e o passado esquecido de Hong Kong.
Esta era uma co-produção entre Hong Kong e a Tailândia, que, em 2007, ganhou o prémio de efeitos especiais no Fantasporto.
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Enquanto Hollywood obsessivamente fazia remakes dos filmes de gore dos anos setenta, os irmãos Danny e Oxide Pang foram transformando o género de dentro para fora. Este filme voltava a reunir a estrela do seu primeiro sucesso, Angelina Lee, com os dois irmãos Pang. Os irmãos Pang dão-nos vislumbres de um fantasma de cabelos compridos seguindo Ting-yin no apartamento, sugerindo que este filme vai ser mais um rip-off de "The Ring", mas depressa sobe majestosamente para outro nível, com Ting-yin a seguir o fantasma para um mundo paralelo estranho, muito além da nossa realidade. Ela viaja para um mundo de CG de tirar o fôlego, confrontando almas perdidas, objectos assassinos gigantes, uma caverna assombrada por fetos abortados, e hordas de zombies.
Este é um dos raros filmes de terror que faz sucesso com o uso da computação gráfica, conjurada com uma atmosfera opressiva e assustadora. É um mundo assombrado por coisas à muito esquecidas, memórias perdidas, fantasmas senis, objectos descartados. Os edifícios decadentes por onde Ting-yin vagueia têm um efeito no público oriental porque são recriações de marcos outrora famosos, demolidos para abrir caminho para o milagre económico. Enquanto Ting-yin faz amizade com uma menina-fantasma, que detém a chave para revelar um segredo obscuro, os irmãos traçam um paralelo entre as ansiedades reprimidas da nossa heroína e o passado esquecido de Hong Kong.
Esta era uma co-produção entre Hong Kong e a Tailândia, que, em 2007, ganhou o prémio de efeitos especiais no Fantasporto.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Shutter (Shutter) 2004
Thun, um jovem fotógrafo, e a sua namorada Jane, atropelam acidentalmente uma pedestre. Fogem da cena do crime e regressam às suas vidas normais em Bangkok. A partir de então, Jane, passa a ser atormentada por estranhos pesadelos, enquanto Thun nota que nas suas fotos aparecem estranhas figuras, parecidas com fantasmas. O casal decide investigar o fenómeno e encontra outras fotografias com imagens sobrenaturais. Paralelamente os melhores amigos de Thun, começam a morrer, um a um, de forma misteriosa.
Um dos factores motivacionais mais comuns nas histórias de fantasmas é a vingança. A este respeito, "Shutter", um filme tailandês dos jovens realizadores Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom (ambos com menos de 30 anos), não traz nada de novo.Usando o fenómeno da fotografia do espírito como trampolim, "Shutter" oferece uma arrepiante, se não terrivelmente original, história de culpa, decepção e vingança fantasmagórica. Os dois realizadores apresentam com confiança a sua história, ajudados no argumento por Sopon Sukdapisit), auxiliados por uma idéia intrigante e um elenco muito forte, com o resultado a funcionar não só como um dos melhores exemplos do cinema de terror tailandês, como também do cinema asiático em geral.
Uma das primeiras coisas que saltam à vista para as audiências é a seriedade com que os realizadores levam a sua história. Não há lugar para personagens fofas ou situações engraçadas, que possam trazer um alívio cómico. As aparições fantasmagóricas são todas convincentes, e quase sempre de arrepiar. Pisanthanakun e Wongpoom não se fixam na aparência do fantasma, e quando o vemos é uma imagem que parece estranha a maior parte do tempo. O argumento acredita na história em vez de brincar com ela, e a abordagem séria dos realizadores permite facilmente que acreditemos no filme.
Foi, talvez, o maior sucesso do cinema de terror tailandês, tanto a nível de crítica como a nível de público, passando por vários festivais internacionais, como Tribeca, Munique, Sitgés, Viena, Lyon, que lhe deram um certo estatuto de culto, ao mesmo nível de outros filmes asiáticos, como "Ring", "The Grudge", "The Eye", entre outros. Teve um remake americano quatro anos depois, por sinal realizado por um realizador japonês.
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Um dos factores motivacionais mais comuns nas histórias de fantasmas é a vingança. A este respeito, "Shutter", um filme tailandês dos jovens realizadores Banjong Pisanthanakun e Parkpoom Wongpoom (ambos com menos de 30 anos), não traz nada de novo.Usando o fenómeno da fotografia do espírito como trampolim, "Shutter" oferece uma arrepiante, se não terrivelmente original, história de culpa, decepção e vingança fantasmagórica. Os dois realizadores apresentam com confiança a sua história, ajudados no argumento por Sopon Sukdapisit), auxiliados por uma idéia intrigante e um elenco muito forte, com o resultado a funcionar não só como um dos melhores exemplos do cinema de terror tailandês, como também do cinema asiático em geral.
Uma das primeiras coisas que saltam à vista para as audiências é a seriedade com que os realizadores levam a sua história. Não há lugar para personagens fofas ou situações engraçadas, que possam trazer um alívio cómico. As aparições fantasmagóricas são todas convincentes, e quase sempre de arrepiar. Pisanthanakun e Wongpoom não se fixam na aparência do fantasma, e quando o vemos é uma imagem que parece estranha a maior parte do tempo. O argumento acredita na história em vez de brincar com ela, e a abordagem séria dos realizadores permite facilmente que acreditemos no filme.
Foi, talvez, o maior sucesso do cinema de terror tailandês, tanto a nível de crítica como a nível de público, passando por vários festivais internacionais, como Tribeca, Munique, Sitgés, Viena, Lyon, que lhe deram um certo estatuto de culto, ao mesmo nível de outros filmes asiáticos, como "Ring", "The Grudge", "The Eye", entre outros. Teve um remake americano quatro anos depois, por sinal realizado por um realizador japonês.
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domingo, 25 de outubro de 2015
The Unborn (The Unborn) 2003
Na Tailândia existem várias superstições. Uma delas afirma que quando uma mulher grávida morre o seu feto transforma-a num espirito vivo, ou naquilo que mais conhecemos como fantasma ou assombração.
Estamos em plena Tailândia e assistimos a um espancamento e tentativa de assassinato logo a abrir o filme. Por (Indira Charoenpura - de 'Nang Nak”) é a vítima. Foi apanhada por um traficante de droga a fumar ópio (que lhe pertencia) e a sua sentença foi violenta.
O homem não a espanca junto à discoteca onde ela se encontrava, mas coloca-a num carro e leva-a junto a um lago onde a tenta matar por afogamento.
Mas a jovem não morre e é levada para o Hospital onde descobre que está grávida.
Já no hospital ela começa a ter estranhas visões de uma jovem, que mais tarde vimos a descobrir ser o espirito de uma mulher assassinada no mesmo lago (onde Por quase morreu). E já sabemos o que estes fantasmas querem. “Vingar-se” do assassino e como sempre, usam terceiras pessoas para atingir os seus fins e não atacam directamente.
"The Unborn" é uma assustadora história de fantasmas tailandeses, que faz um bom uso de um cenário hospitalar para provocar inquietação no espectador. O cenário do hospital adicionado a uma história de fantasmas sempre foi assunto que deu frutos no cinema asiático, e aqui serviu de tema para Bhandit Thongdee, aqui ainda no seu segundo filme, e único até hoje de terror. A influência é clara, os irmãos Pang, que já no ano anterior tinham lançado o mega-sucesso "The Eye", que só vai ficar de fora deste ciclo porque não é totalmente tailandês, mas vamos ter filmes destes realizadores neste ciclo.
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"The Unborn" é uma assustadora história de fantasmas tailandeses, que faz um bom uso de um cenário hospitalar para provocar inquietação no espectador. O cenário do hospital adicionado a uma história de fantasmas sempre foi assunto que deu frutos no cinema asiático, e aqui serviu de tema para Bhandit Thongdee, aqui ainda no seu segundo filme, e único até hoje de terror. A influência é clara, os irmãos Pang, que já no ano anterior tinham lançado o mega-sucesso "The Eye", que só vai ficar de fora deste ciclo porque não é totalmente tailandês, mas vamos ter filmes destes realizadores neste ciclo.
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sábado, 24 de outubro de 2015
Bangkok Haunted (Bangkok Haunted) 2001
Por toda a cidade, em todos os lares, existem verdadeiras histórias de terror para serem contadas. Três jovens raparigas conversam num bar da cidade onde contam histórias de sexo, drogas e do sobrenatural. As bebidas sucedem-se, segredos são revelados e três histórias arrepiantes aquecem a noite chuvosa. A primeira é " A Lenda do Tambor ", onde uma jovem colecionadora de antiguidades descobre um tambor que pode abrir os portões para uma outra existência e assim revelar segredos obscuros do passado. " A Mulher e a Magia Negra " , a segunda história, é um conto sobre um poderoso perfume afrodisíaco extraído do sangue de cadáveres. Na terceira história, " Vingança ", um policia assombrado pelo suicídio de uma linda jovem, procura obsessivamente revelar a verdade sobre a sua morte - apenas para descobrir algo que ele jamais poderia imaginar. Fantasmas, almas penadas, cadáveres deformados, possessões demoníacas...
Compilação tailandesa de contos de terror, dirigida por dois especialistas: Oxide Pang Chung (um dos irmãos Pang), e Pisut Praesangeam (na sua estreia cinematográfica). Foi o segundo maior sucesso de bilheteira desde "Nang Nak", tendo depois sido exibido no London Thai Film Festival, onde recebeu boas críticas em território britânico.
Apesar de haver dois realizadores não há muitas diferenças nestas três histórias, que são todas atravessadas por uma sensação muito similar. O filme como um todo evita os choques fáceis ou situações de gore, o que parece bastante justo, já que cada história tem pouca coisa mais para manter o interesse do espectador.
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Compilação tailandesa de contos de terror, dirigida por dois especialistas: Oxide Pang Chung (um dos irmãos Pang), e Pisut Praesangeam (na sua estreia cinematográfica). Foi o segundo maior sucesso de bilheteira desde "Nang Nak", tendo depois sido exibido no London Thai Film Festival, onde recebeu boas críticas em território britânico.
Apesar de haver dois realizadores não há muitas diferenças nestas três histórias, que são todas atravessadas por uma sensação muito similar. O filme como um todo evita os choques fáceis ou situações de gore, o que parece bastante justo, já que cada história tem pouca coisa mais para manter o interesse do espectador.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Nang Nak (Nang Nak) 1999
Na Tailândia rural, Mak é forçado a deixar a sua esposa grávida, Nak, para ter de ir lutar para a guerra. Depois de mal escapar à morte, ele regressa para junto da esposa e do filho. Os habitantes locais sabem que Nak morreu a dar à luz o filho, e que Mak foi enfeitiçado pelo espírito da esposa. Desesperada por ficar com o esposo, o fantasma mata qualquer um que tente avisar o marido.
O filme de Nonzee é baseado numa lenda do folclore tailandês que teve lugar no século XIX, e que tem um lugar santificado na cultura do país. A história tem sido um pilar no cinema tailandês desde o cinema mudo, principalmente graças a uma versão muito famosa chamada "Mae Nak Pra Kanong", lançada em 1958, e mais recentemente uma adaptação do realizador britânico Mark Duffield, chamada "Gost of Nae Nak" (2005). Uma versão para Ópera, escrita pelo compositor Sucharitkul Somtow estreou em 2003. Em Bangkok existe um santuário dedicado ao fantasma e ao seu filho, para quem os curiosos podem oferecer flores, brinquedos e velas.
Rapidamente o filme se tornou num dos mais importantes do movimento da "Thai New Wave", a Nova Vaga Tailandesa, e o filme de Nonzee era uma história verdadeiramente comovente que vinha na sequência de outras história de outros fantasmas amantes do cinema asiático, como "Tales of Ugetsu", "Kwaidan", "A Chinese Ghost Story", entre outros, mas com uma distinta sensualidade tailandesa, com um cenário muito diferente dos filmes referidos atrás, a selva. Uma boa parte dos créditos têm de ir para o director de fotografia, Kittikhun Nattawut, e também para as interpretações de Intira Jaroenpura e Winai Kraibutr, com o realizador a conseguir criar algumas sequências enervantes e belas. A popularidade do filme transcendeu o próprio país, com o filme a conseguir ser exibido em festivais fora de portas, iniciando assim uma enorme vaga de cinema de terror tailandês.
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O filme de Nonzee é baseado numa lenda do folclore tailandês que teve lugar no século XIX, e que tem um lugar santificado na cultura do país. A história tem sido um pilar no cinema tailandês desde o cinema mudo, principalmente graças a uma versão muito famosa chamada "Mae Nak Pra Kanong", lançada em 1958, e mais recentemente uma adaptação do realizador britânico Mark Duffield, chamada "Gost of Nae Nak" (2005). Uma versão para Ópera, escrita pelo compositor Sucharitkul Somtow estreou em 2003. Em Bangkok existe um santuário dedicado ao fantasma e ao seu filho, para quem os curiosos podem oferecer flores, brinquedos e velas.
Rapidamente o filme se tornou num dos mais importantes do movimento da "Thai New Wave", a Nova Vaga Tailandesa, e o filme de Nonzee era uma história verdadeiramente comovente que vinha na sequência de outras história de outros fantasmas amantes do cinema asiático, como "Tales of Ugetsu", "Kwaidan", "A Chinese Ghost Story", entre outros, mas com uma distinta sensualidade tailandesa, com um cenário muito diferente dos filmes referidos atrás, a selva. Uma boa parte dos créditos têm de ir para o director de fotografia, Kittikhun Nattawut, e também para as interpretações de Intira Jaroenpura e Winai Kraibutr, com o realizador a conseguir criar algumas sequências enervantes e belas. A popularidade do filme transcendeu o próprio país, com o filme a conseguir ser exibido em festivais fora de portas, iniciando assim uma enorme vaga de cinema de terror tailandês.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2015
Especial Halloween 2015 (1ª Parte) - O cinema de terror da Tailândia
Em meados dos anos 90, a indústria cinematográfica de Tailândia estava pendurada por fios, algures num limbo entre o assalto da televisão e dos filmes importados de Hollywood, conseguindo apenas produzir um punhado de filmes em cada ano. Os realizadores tailandeses começaram a aperceber-se que tinham de virar as regras do jogo e atrair audiências e investimentos (principalmente depois da grave crise asiática) até que em 1997 Pen-Ek Ratanaruang realizava "Fun Bar Karaoke", e Nonzee Nimibutr realizava "Dang Bireley and the Young Gangsters", dando inicio à chamada "Thai New Wave", que teve grande divulgação internamente, e até internacionalmente. Este segundo filme chegou a ser exibido em festivais de Nantes e Vancouver.
Dois anos depois Nonzee continua a sua carreira de sucesso com uma história de fantasmas, "Nang Nak", que ganhou mais reputação graças à vaga de cinema de terror que se fazia sentir um pouco por toda a Ásia, estabelecendo o cinema de terror tailandês como um género viável. A partir daqui apareceram vários outros filmes de terror tailandeses, que facilmente eram importados para o resto do mundo.
A partir de amanhã, e até ao dia 31 de Outubro vamos alguns destes filmes de terror tailandeses, uns mais conhecido do que outros, mas que demonstram que uma filmografia quase insignificante se pode desenvolver de um momento para o outro, bastando para isso que haja criatividade. Fiquem atentos, depois ainda teremos uma segunda parte do Especial de Halloween 2015.
Dois anos depois Nonzee continua a sua carreira de sucesso com uma história de fantasmas, "Nang Nak", que ganhou mais reputação graças à vaga de cinema de terror que se fazia sentir um pouco por toda a Ásia, estabelecendo o cinema de terror tailandês como um género viável. A partir daqui apareceram vários outros filmes de terror tailandeses, que facilmente eram importados para o resto do mundo.
A partir de amanhã, e até ao dia 31 de Outubro vamos alguns destes filmes de terror tailandeses, uns mais conhecido do que outros, mas que demonstram que uma filmografia quase insignificante se pode desenvolver de um momento para o outro, bastando para isso que haja criatividade. Fiquem atentos, depois ainda teremos uma segunda parte do Especial de Halloween 2015.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Antonio Gaudí (Antonio Gaudí) 1985
"Teshigahara começou a sua carreira a filmar documentários, mas além de dois documentários pouco conhecidos, realizados na década de 60, Jose Torres II (1965) – sobre um pugilista americano, e Bakuso (Explosion Course, 1967), este filme sobre Gaudí pode parecer um corpo estranho na filmografia de Teshigahara, dada a sua propensão para explorar o campo da ficção, e o reconhecimento que obteve nesse campo. Mas vários factores podem ajudar a explicar este fascínio de Teshigahara pela obra de Gaudí, e a decisão em dedicar‐lhe um documentário: a sua formação em Belas Artes, o seu interesse pelo meio ambiente e pela natureza das estruturas como organismos com influência sobre o Homem, e uma visita a
Barcelona nos anos 60 com o pai. Se as obras de Teshigahara sempre revelaram uma abordagem imaginativa e subjectiva a nível de composição plástica e tratamento das imagens, com Antonio Gaudí, Teshigahara vai tentar uma nova resolução da problemática do cinema em filmar obras de arte.
Antonio Gaudí é um filme‐ensaio, mas não no sentido delineado como em alguns filmes de Chris Marker (Description d'un combat, Sans Soleil), em que uma narração dá corpo a um texto que é enunciado sobre uma série de imagens que procuram ilustrar o tema abordado, com maior ou menos sincronia com as imagens. Aqui não há qualquer narração nem títulos‐texto, portanto não há contextualização. O único comentário que existe é apenas providenciado pelos movimentos de câmara de Teshigahara e pela hierarquia da montagem das imagens que procuram revelar um olhar próprio sobre o material. Antonio Gaudí é então um filme‐ensaio no sentido em que é um conjunto de imagens que estão subjugadas a um conceito central, que é evidenciado pela forma como o espectador é dirigido a compreender um olhar particular. Partindo da exploração das obras de Gaudí, Teshigahara consegue chegar a uma visão original recorrendo a uma conjugação de vários elementos. Primeiro, as imagens capturadas em Barcelona são o principal suporte do filme, são efectivamente os alicerces do documentário. Teshigahara desenvolveu um método através do qual analisa as diferentes obras de Gaudí, que se mantém relativamente uniforme durante o filme. Segundo, o filme não tem qualquer diálogo ou narração (excepto um pouco de história sobre a Sagrada Família, já na parte final do filme), mas utiliza dois elementos importantes a nível sonoro: os ruídos capturados na rua, isto é, os sons naturais da cidade, e a música, que oscilando entre composições ocidentais e orientais, acrescentam uma camada complexa ao filme, ajudando a criar um ambiente tenso que joga com as figuras que são destacadas." Podem ler mais Aqui.
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Antonio Gaudí é um filme‐ensaio, mas não no sentido delineado como em alguns filmes de Chris Marker (Description d'un combat, Sans Soleil), em que uma narração dá corpo a um texto que é enunciado sobre uma série de imagens que procuram ilustrar o tema abordado, com maior ou menos sincronia com as imagens. Aqui não há qualquer narração nem títulos‐texto, portanto não há contextualização. O único comentário que existe é apenas providenciado pelos movimentos de câmara de Teshigahara e pela hierarquia da montagem das imagens que procuram revelar um olhar próprio sobre o material. Antonio Gaudí é então um filme‐ensaio no sentido em que é um conjunto de imagens que estão subjugadas a um conceito central, que é evidenciado pela forma como o espectador é dirigido a compreender um olhar particular. Partindo da exploração das obras de Gaudí, Teshigahara consegue chegar a uma visão original recorrendo a uma conjugação de vários elementos. Primeiro, as imagens capturadas em Barcelona são o principal suporte do filme, são efectivamente os alicerces do documentário. Teshigahara desenvolveu um método através do qual analisa as diferentes obras de Gaudí, que se mantém relativamente uniforme durante o filme. Segundo, o filme não tem qualquer diálogo ou narração (excepto um pouco de história sobre a Sagrada Família, já na parte final do filme), mas utiliza dois elementos importantes a nível sonoro: os ruídos capturados na rua, isto é, os sons naturais da cidade, e a música, que oscilando entre composições ocidentais e orientais, acrescentam uma camada complexa ao filme, ajudando a criar um ambiente tenso que joga com as figuras que são destacadas." Podem ler mais Aqui.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Summer Soldiers (Samâ sorujâ) 1972
Drama japonês que lança um fascinante olhar sobre as relações entre os soldados americanos e os desertores no Japão, durante a guerra do Vietname. Muitos dos soldados que desertaram fugiram para Tóquio, alguns não quiseram voltar para o seu país de origem, e acabaram por ser acolhidos por famílias japonesas. A história centra-se nas diferentes experiências de um desertor exausto, e de um soldado entusiasta.
"Summer Soldiers" é um filme inteligente, a sangue frio, que se recusa, bravamente, a lidar com o tipo de histeria que negava a intenção de outros filmes anti-guerra. Teshigahara, e John Nathan, o americano que escreveu o argumento, escreveram um filme anti-guerra, a milhares de kilómetros de qualquer frente de batalha, em termos de choques culturais, da psicologia da solidão, e das pessoas que trabalham os objectivos com as melhores das intenções.
Pela primeira vez, o próprio Teshigahara tratou da fotografia de um filme seu, e recorreu a uma espontaneidade muito mais crua na sua escolha e direcção dos actores. Há uma sensação quase documental no filme, que parece um pouco datado no tempo, mas depois dos filmes cada vez mais claustrofóbicos e sufocantes que o realizador fez com Abe, este filme acabava por ser uma refescante mudança de ares.
Legendas em inglês.
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"Summer Soldiers" é um filme inteligente, a sangue frio, que se recusa, bravamente, a lidar com o tipo de histeria que negava a intenção de outros filmes anti-guerra. Teshigahara, e John Nathan, o americano que escreveu o argumento, escreveram um filme anti-guerra, a milhares de kilómetros de qualquer frente de batalha, em termos de choques culturais, da psicologia da solidão, e das pessoas que trabalham os objectivos com as melhores das intenções.
Pela primeira vez, o próprio Teshigahara tratou da fotografia de um filme seu, e recorreu a uma espontaneidade muito mais crua na sua escolha e direcção dos actores. Há uma sensação quase documental no filme, que parece um pouco datado no tempo, mas depois dos filmes cada vez mais claustrofóbicos e sufocantes que o realizador fez com Abe, este filme acabava por ser uma refescante mudança de ares.
Legendas em inglês.
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domingo, 18 de outubro de 2015
The Ruined Map ( Moetsukita Chizu) 1968
Um homem respeitado desapareceu há mais de meio ano atrás, mas só agora é que a sua esposa resolveu contactar um detective privado. O detective sem nome, tem duas pistas: uma foto e uma caixa de fósforos. Embarca numa busca cada vez mais intrigante que o leva até até às profundezas do perigoso submundo de Tóquio, onde começa a perder os limites da sua própria identidade.
Última colaboração entre Teshigahara e Abe, desta vez sem o director de fotografia Hiroshi Segawa, que foi substituído por Akira Uehara. O ambiente dos filmes anteriores é mantido, só que desta vez o filme foi rodado a cores, e no formato widescreen. Os créditos de abertura cheios de cores e imagens, com uma banda sonora hipnoticamente desorientadora, preparam o terreno para o tipo de experiência mistificadora que o filme acaba por ser.
A investigação pelo desaparecido está cheia de becos sem saída, com as pistas fornecidas a deixarem sem qualquer direcção específica. Há medida que o mistério se aprofunda, parece divergir, em vez de convergir para uma solução definitiva. Embora obcecado em encontrar uma resposta, muito em breve a futilidade do caso começa a afectar a mente do detective, que começa a perder contacto com a realidade.
Superficialmente o filme aparenta ser uma investigação de um detective por uma pessoa desaparecida, mas o que está no centro do filme são dados muito maiores, temas metafísicos de alienação e crises existenciais, da identidade de um único homem, e a perda do mesmo num universo maior e moderno.
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Última colaboração entre Teshigahara e Abe, desta vez sem o director de fotografia Hiroshi Segawa, que foi substituído por Akira Uehara. O ambiente dos filmes anteriores é mantido, só que desta vez o filme foi rodado a cores, e no formato widescreen. Os créditos de abertura cheios de cores e imagens, com uma banda sonora hipnoticamente desorientadora, preparam o terreno para o tipo de experiência mistificadora que o filme acaba por ser.
A investigação pelo desaparecido está cheia de becos sem saída, com as pistas fornecidas a deixarem sem qualquer direcção específica. Há medida que o mistério se aprofunda, parece divergir, em vez de convergir para uma solução definitiva. Embora obcecado em encontrar uma resposta, muito em breve a futilidade do caso começa a afectar a mente do detective, que começa a perder contacto com a realidade.
Superficialmente o filme aparenta ser uma investigação de um detective por uma pessoa desaparecida, mas o que está no centro do filme são dados muito maiores, temas metafísicos de alienação e crises existenciais, da identidade de um único homem, e a perda do mesmo num universo maior e moderno.
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sexta-feira, 16 de outubro de 2015
The Face of Another (Tanin no kao) 1966
A face do cientista Okuyama (Tatsuya Nakadai) foi desfigurada na explosão de um laboratório, e ele agora está coberto de ligaduras. As relações tornam-se tensas, como com a sua bela mulher (Machiko Kyo), que se recusa a ter sexo com ele por causa da sua aparência, embora confesse ainda gostar dele. O seu cirurgião plástico, Dr Hori (Mikijiro Hira), convence-o a fazer uns transplante de uma face de um homem bonito. esta máscara dá-lhe uma razão para voltar para a sociedade, e confrontar os seus velhos conhecidos. Seduz a sua esposa e é bem sucedido, o que o deixa irritado. De um modo muito estranho a sua personalidade começa a mudar, como que influenciada pela sua nova cara, e a sua nova identidade vai trazer-lhe problemas inesperados...
As respostas dadas no filme são bastante perturbadoras. Enquanto ao principio Mr. Okuyama está contente por explorar o mundo ao seu redor, depressa ele começa a sentir uma estranha sensação de liberdade, a partir das convenções, costumes e leis que de outra forma seriam estranhas para ele. É parcialmente motivado por um desejo de saber se poderia ter sucesso nesta duplicidade, e também é motivado pela vingança sexual, atraíndo a sua esposa para um pseudo-adultério, como vingança da sua própria rejeição.
Está mais do que visto que "The Face of Another" é mais uma variação sobre a natureza da identidade, que Teshigahara vê como fluído para todas as mudanças. Trabalhando novamente a partir de uma história adaptada por Kobo Abe (a terceira colaboração dos dois), Teshigahara mistura melodrama, ficção científica e horror, para explorar as ligações entre o nosso exterior e o nosso interior, mostrando que, ao contrário de Descartes, não só não estão separados, como estão intrinsecamente ligados. Teshigahara destaca esta ligação física/espiritual com uma impressionante variedade de imagens evocativas, em que as superfícies são quebradas, as imagens revelam-se espelhos, e as pessoas estão ligadas por divisórias transparentes. "The Face of Another" antecipa em muitos anos algumas obras de David Cronenberg, tematicamente muito semelhantes, embora mais abjectamente horríveis.
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As respostas dadas no filme são bastante perturbadoras. Enquanto ao principio Mr. Okuyama está contente por explorar o mundo ao seu redor, depressa ele começa a sentir uma estranha sensação de liberdade, a partir das convenções, costumes e leis que de outra forma seriam estranhas para ele. É parcialmente motivado por um desejo de saber se poderia ter sucesso nesta duplicidade, e também é motivado pela vingança sexual, atraíndo a sua esposa para um pseudo-adultério, como vingança da sua própria rejeição.
Está mais do que visto que "The Face of Another" é mais uma variação sobre a natureza da identidade, que Teshigahara vê como fluído para todas as mudanças. Trabalhando novamente a partir de uma história adaptada por Kobo Abe (a terceira colaboração dos dois), Teshigahara mistura melodrama, ficção científica e horror, para explorar as ligações entre o nosso exterior e o nosso interior, mostrando que, ao contrário de Descartes, não só não estão separados, como estão intrinsecamente ligados. Teshigahara destaca esta ligação física/espiritual com uma impressionante variedade de imagens evocativas, em que as superfícies são quebradas, as imagens revelam-se espelhos, e as pessoas estão ligadas por divisórias transparentes. "The Face of Another" antecipa em muitos anos algumas obras de David Cronenberg, tematicamente muito semelhantes, embora mais abjectamente horríveis.
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quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Ako (Ako) 1965
"Ako" é um delicioso estudo de personagem, que segue uma jovem de 16 anos por um período de 24 horas. Uma das melhores coisas sobre "Ako" é que não é preciso saber nada sobre o Japão, e nem é preciso legendas para se ver o filme (embora esta versão tenha). Apenas precisamos de seguir os personagens, e observar como eles interagem uns com os outros, e prestar atenção ao ambiente, se queremos perceber os acontecimentos.
Tal como as suas quatro primeiras longas metragens, esta curta é baseada numa história do argumentista existencialista Kobo Abe, mas é ainda mais implacavelmente abstrato que esses quatro filmes. A idéia é básica e absurdamente simples, seguindo uma jovem chamada Ako desde que ela acorda, o trabalho numa padaria, e uma longa viagem com alguns amigos no seu dia de folga. Mas, dentro dessa história simples, Teshigahara ataca agressivamente a história de todos os ângulos, fragmentando a cronologia, rompendo a lógica e a continuidade da banda-sonora, e apresentando-a menos como uma história do que um fluxo de lembranças e memórias.O filme é uma livre associação de alimentação directamente da mente de Ako.
Uma curta-metragem muito interessante de Hiroshi Teshigahara, que já tinha muita experiência quando da produção deste filme.
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Tal como as suas quatro primeiras longas metragens, esta curta é baseada numa história do argumentista existencialista Kobo Abe, mas é ainda mais implacavelmente abstrato que esses quatro filmes. A idéia é básica e absurdamente simples, seguindo uma jovem chamada Ako desde que ela acorda, o trabalho numa padaria, e uma longa viagem com alguns amigos no seu dia de folga. Mas, dentro dessa história simples, Teshigahara ataca agressivamente a história de todos os ângulos, fragmentando a cronologia, rompendo a lógica e a continuidade da banda-sonora, e apresentando-a menos como uma história do que um fluxo de lembranças e memórias.O filme é uma livre associação de alimentação directamente da mente de Ako.
Uma curta-metragem muito interessante de Hiroshi Teshigahara, que já tinha muita experiência quando da produção deste filme.
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terça-feira, 13 de outubro de 2015
A Mulher das Dunas (Suna no Onna) 1964
"A estranha parábola existencial de Hiroshi Teshigahara, "Suna no Onna", evidencia um equilibro invulgar entre realismo e metáfora. Um entomologista (Eiji Okada) que anda a recolher insectos numa praia aceita u convite hospitaleiro de uma mulher misteriosa (Kyôko Kishida). Mas depressa se sente apanhado, como um ser das suas colecções, na casa da mulher, construída no fundo de uma cavidade, nas dunas de areia muito fina, onde o incessante tombar dos cristais de areia só pode ser retardado mediante escavações e limpezas constantes.
Em parte exercício neofeminista, noutra ensaio político, e ainda história de sobrevivência. "Suna no Onna" completa - mais ou menos - o seu intento. Okada não pode fugir do poço sem provocar um desastre mas, em primeiro lugar, porquê uma casa num vale de areia? Kishida oferece recompensas sexuais pelo trabalho de Okada, mas será isso apenas o seu método para matar a solidão? "Suna no Onna" faz troça da vida doméstica, louva-a ou descreve-a como um horror à Sísifo? O filme de Teshigahara não dá respostas. Dá, contudo, alguma fotografia de areia notável. Como o próprio filme, as dunas capturadas pela fotografia de Hiroshi Segawa com frequência mudam, deslizam, afundam-se e filltram-se para onde menos esperamos." JKL - "1001 Filmes".
Foi nomeado para dois Óscares da Academia, e ganhou o grande prémio do Juri em Cannes.
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Em parte exercício neofeminista, noutra ensaio político, e ainda história de sobrevivência. "Suna no Onna" completa - mais ou menos - o seu intento. Okada não pode fugir do poço sem provocar um desastre mas, em primeiro lugar, porquê uma casa num vale de areia? Kishida oferece recompensas sexuais pelo trabalho de Okada, mas será isso apenas o seu método para matar a solidão? "Suna no Onna" faz troça da vida doméstica, louva-a ou descreve-a como um horror à Sísifo? O filme de Teshigahara não dá respostas. Dá, contudo, alguma fotografia de areia notável. Como o próprio filme, as dunas capturadas pela fotografia de Hiroshi Segawa com frequência mudam, deslizam, afundam-se e filltram-se para onde menos esperamos." JKL - "1001 Filmes".
Foi nomeado para dois Óscares da Academia, e ganhou o grande prémio do Juri em Cannes.
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domingo, 11 de outubro de 2015
Pitfall (Otoshiana) 1962
A história começa de um modo bastante simples, com um mineiro (Hisashi Igawa) e o seu jovem filho (Kazuo Miyahara) a procurarem trabalho. As raízes desta história estão na realidade social dos trabalhadores, com os perigos da mineração do carvão e a exploração dos trabalhadores retratados a fazerem uma espécie de combinação entre ficção e o documentário perturbador. O filme começa com um momento de mal estar, com o mineiro e o seu filho a escaparem de uma ameaça desconhecida.
O mineiro recebe a notícia de que é procurado para um trabalho, e no caminho pede indicações para o que parece ser uma cidade fantasma - quase toda a gente saiu da cidade desde que as minas fecharam. Encontram uma mulher (Sumie Sasaki) que ainda lá vive, e são seguidos por um homem misterioso de fato branco (Kunie Tanaka), cuja proximidade pode sinalizar perigo. Acontecem uma série de eventos, a começar com assassinato violento, que irá levar a outros crimes...
Tal como Akira Kurosawa, Hiroshi Teshigahara era um pintor, quse se tinha formado em 1950 na Universidade de Tóquio de Belas Artes de Música, em pintura a óleo, e isso é demonstrado nos seus filmes, que são preenchidos com imagens ricas e alusões evocativas que são mais sonhadoras do que racionais ou lógicas. Era influenciado por surrealistas, como Salvador Dali ou Luis Buñuel, enquanto o seu próprio pano de fundo era o cinema de documentário. E foi assim que Teshigahara forçou um lugar único no panorama do cinema japonês da década de sessenta, juntando a sua sensibilidade para a vanguarda com um gosto pelo experimentalismo.
Na sua estreia nas longas metragens Teshigahara demonstra muitas das suas tendências estilísticas e temáticas, embora ainda em estado embriónicas. Seria também a primeira de quatro colaborações do realizador com o escritor Kobo Abe. O filme é uma obra fascinante, juntando no mesmo caldeirão o mistério, a fantasia e os problemas sociais, cada um deles com maior relevo, dependendo da forma como o interpretamos. Aqui o mundo é um lugar cruel e implacável, um ambiente opressivo persegue implacavelmente os seus habitantes, impiedosamente indiferente perante os seus esforços inúteis mas incessantes para escapar. Uma primeira obra magnífica.
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O mineiro recebe a notícia de que é procurado para um trabalho, e no caminho pede indicações para o que parece ser uma cidade fantasma - quase toda a gente saiu da cidade desde que as minas fecharam. Encontram uma mulher (Sumie Sasaki) que ainda lá vive, e são seguidos por um homem misterioso de fato branco (Kunie Tanaka), cuja proximidade pode sinalizar perigo. Acontecem uma série de eventos, a começar com assassinato violento, que irá levar a outros crimes...
Tal como Akira Kurosawa, Hiroshi Teshigahara era um pintor, quse se tinha formado em 1950 na Universidade de Tóquio de Belas Artes de Música, em pintura a óleo, e isso é demonstrado nos seus filmes, que são preenchidos com imagens ricas e alusões evocativas que são mais sonhadoras do que racionais ou lógicas. Era influenciado por surrealistas, como Salvador Dali ou Luis Buñuel, enquanto o seu próprio pano de fundo era o cinema de documentário. E foi assim que Teshigahara forçou um lugar único no panorama do cinema japonês da década de sessenta, juntando a sua sensibilidade para a vanguarda com um gosto pelo experimentalismo.
Na sua estreia nas longas metragens Teshigahara demonstra muitas das suas tendências estilísticas e temáticas, embora ainda em estado embriónicas. Seria também a primeira de quatro colaborações do realizador com o escritor Kobo Abe. O filme é uma obra fascinante, juntando no mesmo caldeirão o mistério, a fantasia e os problemas sociais, cada um deles com maior relevo, dependendo da forma como o interpretamos. Aqui o mundo é um lugar cruel e implacável, um ambiente opressivo persegue implacavelmente os seus habitantes, impiedosamente indiferente perante os seus esforços inúteis mas incessantes para escapar. Uma primeira obra magnífica.
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Tokyo 1958 (Tokyo 1958) 1958
Oito cineastas colaboraram com Teshigahara, para fazer uma espécie de noticiário sobre Tóquio, quando esta cidade tinha oito milhões e meio de habitantes, e era a maior do mundo. A indústria do povo é evidente, com desenhos de Katsushika Hokusai intercalados com sequências de trabalhadores contemporâneos. Vemos mulheres a fazerem demonstração de maquilhagem, visitamos lojas de noivas, e vamos uma jovem mulher ganhar um concurso de canto e seguimo-la até casa com os prémios, vamos até ao Ginza na véspera de Natal, com bares e discotecas cheias de gente, e por fim juntamo-nos à multidão no Santuário Meiji, no dia de ano novo. Alguns toques surreais de comédia para evidenciar a energia e a vida de Tóquio.
Foram oito os realizadores que se juntaram a Hiroshi Teshigahara nesta curta, o mais notável de todos era Susumu Hani.
Mais uma curta rara do realizador japonês, com legendas em inglês.
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Foram oito os realizadores que se juntaram a Hiroshi Teshigahara nesta curta, o mais notável de todos era Susumu Hani.
Mais uma curta rara do realizador japonês, com legendas em inglês.
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sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Ikebana (Ikebana) 1956
A história e a arte de ikebana, séculos da arte japonesa de arranjos florais, e um olhar para dentro da escola Sogetsu de Ikebana, onde o pai do realizador, Sofu Teshigahara, trabalhou como grande mestre da escola.
Sofu que aprendeu os arranjos florais com o pai, considerando Ikebana uma arte, em oposição à "mera decoração, com a sua escola a ensinar que uma vez que todas as regras são aprendidas e as técnicas dominadas, há um mundo ilimitado para a mais livre expressão pessoal, usando materiais variados, e não apenas flores.
O filme foca-se na forma como Sofu incorpora as estruturas que faz com os arranjos de flores. A combinação resultante tem um poderoso, muito gráfico e masculino, estilo estético dos anos 50. É uma interessante mistura de tradição japonesa e modernismo. Ele é um escultor estético, pela forma como utiliza vários materiais, incluindo madeira, metal e vidro. Sofu surge como um homem intenso, usa roupa funky, e muito do seu trabalho é feito de uma forma muito expressiva.
O documentário em si, é muito convencional em comparação com outras obras mais experimentais do realizador, mas ainda assim é bastante interessante.
Legendado em inglês.
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Sofu que aprendeu os arranjos florais com o pai, considerando Ikebana uma arte, em oposição à "mera decoração, com a sua escola a ensinar que uma vez que todas as regras são aprendidas e as técnicas dominadas, há um mundo ilimitado para a mais livre expressão pessoal, usando materiais variados, e não apenas flores.
O filme foca-se na forma como Sofu incorpora as estruturas que faz com os arranjos de flores. A combinação resultante tem um poderoso, muito gráfico e masculino, estilo estético dos anos 50. É uma interessante mistura de tradição japonesa e modernismo. Ele é um escultor estético, pela forma como utiliza vários materiais, incluindo madeira, metal e vidro. Sofu surge como um homem intenso, usa roupa funky, e muito do seu trabalho é feito de uma forma muito expressiva.
O documentário em si, é muito convencional em comparação com outras obras mais experimentais do realizador, mas ainda assim é bastante interessante.
Legendado em inglês.
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quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Hokushai (Hokushai) 1953
Este olhar sobre a vida e a obra do pintor Katsushika Hokusai (1740-1849) começa com o contexto político do Xogunato Endo, na altura do seu aparecimento: camponeses a serem expulsos das suas terras para as cidades; uma nova classe de comerciantes a emergir; o poder dos samurais a diminuir. Hokusai vive na pobreza, a estudar os melhores artistas da época, principalmente Korin. O estilo único de hokusai resvala para o realismo. A câmera lentamente desliza sobre a arte de Hokusai. Vemos quadros populares com comerciantes e plebeus, os seus temas são muitas vezes as pessoas no trabalho.
Os dez primeiros minutos traem as suas origens como uma primeira obra, são tecnicamente muito instáveis, dominados por transições inábeis e um ritmo apressado, que não nos dá qualquer idéia do que se vai desenvolver no ecrã. Felizmente, na segunda parte do filme, o estilo de Teshigahara assenta, e permite que a maravilhosa arte de Hokusai domine o filme. À medida que o filme avança, o estilo visual torna-se mais relaxante e medido. A câmera flui sobre as suas pinturas, explorando as vistas deslumbrantes das suas paisagens.
Um documentário disperso, que não particularmente profundo em termos de compromisso com o seu assunto, embora o génio de Hokusai brilhe em praticamente qualquer contexto. A estreia de Hiroshi Teshigahara aos 26 anos.
Legendado em inglês.
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Os dez primeiros minutos traem as suas origens como uma primeira obra, são tecnicamente muito instáveis, dominados por transições inábeis e um ritmo apressado, que não nos dá qualquer idéia do que se vai desenvolver no ecrã. Felizmente, na segunda parte do filme, o estilo de Teshigahara assenta, e permite que a maravilhosa arte de Hokusai domine o filme. À medida que o filme avança, o estilo visual torna-se mais relaxante e medido. A câmera flui sobre as suas pinturas, explorando as vistas deslumbrantes das suas paisagens.
Um documentário disperso, que não particularmente profundo em termos de compromisso com o seu assunto, embora o génio de Hokusai brilhe em praticamente qualquer contexto. A estreia de Hiroshi Teshigahara aos 26 anos.
Legendado em inglês.
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terça-feira, 6 de outubro de 2015
Hiroshi Teshigahara
Ao contrário de muitos dos seus contemporâneos japoneses, Hiroshi Teshigahara era um realizador muito pouco prolífico. Numa carreira bastante longa, fez pouco mais de 10 longas metragens. O seu primeiro grande filme, "Pitfall" (1962), ainda ressoa com um poder inventivo, enervante e deslumbrante, sobre uma pequena cidade onde os seus habitantes são manchados pela corrupção, para o qual o realizador utilizou um estilo chamado "documentário de fantasia" para capturar o existencialismo experimental do argumento. "Pitfall" delineou o caminho para o filme mais conhecido de Teshigahara - o incomparável "Woman in the Dunes" - que foi premiado com o Prémio Especial do Júri em Cannes, e recebeu duas nomeações ao Óscar, incluindo Melhor Realizador.
Teshigahara continuou depois com "The Face of Another" (1966), uma inquietante exploração da identidade, sobre um homem que tem uma nova, e completamente diferente face, construida para ele depois de ficar queimado num incêndio de um laboratório. O seu comportamento alterado, nem sempre para o melhor, indica que a sua nova cara pode estar a alterar a sua personalidade. Seguiu-se "The Ruined Map" em 1968, que foi filmado a cores e Cinemascope, e se distinguia pelo conceito inteligente de um detetive privado cuja vida se começa a identificar com o homem que ele está a perseguir.
Teshigahara encontrou o seu parceiro espiritual no romancista e argumentista Kôbô Abe, com quem colaborou nestes retratos de identidades em perigo Kafkianas, filmes que alcançaram o público mais mainstream, sendo eles mais "avant-guarde".
Ao longo de duas semanas, poderão ver aqui grande parte da sua carreira, entre curtas e longas metragens.
- Hokusai (1953)
- Ikebana (1956)
- Tokyo 1958 (1958)
- Pitfall (1962)
- Woman in the Dunes (1964)
- Ako (1965)
- The Face of Another (1966)
- The Ruined Map (1968)
- Summer Soldiers (1972)
- Antonio Gaudi (1984)
- Basara - The Princess Goth (1992)
Vão ser duas semanas muito interessantes. Não percam.
Teshigahara continuou depois com "The Face of Another" (1966), uma inquietante exploração da identidade, sobre um homem que tem uma nova, e completamente diferente face, construida para ele depois de ficar queimado num incêndio de um laboratório. O seu comportamento alterado, nem sempre para o melhor, indica que a sua nova cara pode estar a alterar a sua personalidade. Seguiu-se "The Ruined Map" em 1968, que foi filmado a cores e Cinemascope, e se distinguia pelo conceito inteligente de um detetive privado cuja vida se começa a identificar com o homem que ele está a perseguir.
Teshigahara encontrou o seu parceiro espiritual no romancista e argumentista Kôbô Abe, com quem colaborou nestes retratos de identidades em perigo Kafkianas, filmes que alcançaram o público mais mainstream, sendo eles mais "avant-guarde".
Ao longo de duas semanas, poderão ver aqui grande parte da sua carreira, entre curtas e longas metragens.
- Hokusai (1953)
- Ikebana (1956)
- Tokyo 1958 (1958)
- Pitfall (1962)
- Woman in the Dunes (1964)
- Ako (1965)
- The Face of Another (1966)
- The Ruined Map (1968)
- Summer Soldiers (1972)
- Antonio Gaudi (1984)
- Basara - The Princess Goth (1992)
Vão ser duas semanas muito interessantes. Não percam.
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Epopeia nos Mares (Captain Horatio Hornblower R.N.) 1951
Hornblower (Gregory Peck) é enviado para uma missão com destino secreto, mas com a Espanha e a França mobilizadas a favor de Napoleão, têm logo a sua rota alterada para a distante América Central permanecendo em alto mar durante 7 meses sem terra à vista. Depois da longa viagem o capitão cumpre a missão ao entregar a mercadoria a Don Julian Alvarado, líder rebelde megalomaníaco contra as forças espanholas. No entanto, ao regressar, descobre que a Espanha reatara a aliança com a Inglaterra, tornando-se automaticamente inimigos de Julian e dos seus seguidores. Hornblower e os seus homens ainda são forçados a aceitar como passageira a bela Lady Bárbara Wellesley (Virginia Mayo), irmã do Duque de Wellington, que tenta fugir de um epidemia de febre amarela.
Hoje os livros de Patrick O'Brian sobre a vida marítima durante as guerras napoleónicas são imensamente populares, mas são inspirados numa série de livros de C.S. Forester, sobre o Capitão Horatio Hornblower, que também tinham semelhante afecto na altura. Com um número tão amplo de leitores, e com um grande reconhecimento, era inevitável que os livros de Forester fossem adaptados para o grande ecrã, e com a ajuda do próprio escritor. O resultado seria este "Captain Horatio Hornblower", que embora fosse um filme que não poupava em perseguições e duelos, era um "swashbuckler" com qualidade acima da média, e quem melhor para protagonizar do que Gregory Peck? Errol Flynn tinha sido pensado para protagonizar originalmente, mas a sua relação com Walsh tinha-se degradado.
Gregory Peck sentiu-se atraído para o papel, porque ele não era o herói habitual: "I thought Hornblower was an interesting character. I never believe in heroes who are unmitigated and unadulterated heroes, who never know the meaning of fear." A maior parte do elenco de apoio era inglês, resultado da Warner querer filmar em Inglaterra, em parte porque a produtora tinha dinheiro nesse país que não podia exportar, e assim era um modo de gastá-lo. As sequência filmadas no mar já foram filmadas no sul de França, usando navios que foram encontrados num porto em grande estado de degradação e depois recuperados. Christopher Lee aparece como um capitão espanhol, num papel mais secundário.
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domingo, 4 de outubro de 2015
A Caminho da Forca (Along the Great Divide) 1951
No Oeste americano, o jovem oficial Len Merrick (Kirk Douglas) vive atormentado por se sentir responsável pela morte do pai. Ele encontra uma hipótese de se redimir ao salvar Timothy Keith (Walter Brennan), que foi acusado pelo assassinato de um jovem, de um linchamento iminente, levando-o a uma outra cidade para que possa ter um julgamento justo. Apesar de condenado por esse crime, Tim contará com a ajuda de Merrick para encontrar o verdadeiro assassino e poder provar sua inocência.
Primeiro western de Kirk Douglas, apenas quatro anos depois da sua carreira se tornar conhecida pelo papel que interpretou em "Out of the Past". Preso a um contracto de "um filme por ano", Douglas entrou neste projecto apenas por uma questão de obrigação contractual, para ficar livre para trabalhar também para outros estúdios. O actor odiou fazer "Along the Great Divide", filmar num deserto hostil circundante a Lone Pine, California, para trabalhar com Raoul Walsh. Na sua autobiografia Douglas descrevia Walsh como um homem "brutal", com o qual era difícil de trabalhar. Walsh era conhecido por fazer filmes rápidos, com muita acção, sobre o qual Douglas disse que eram rápidos porque Walsh estava sempre com pressa para os acabar.
Walsh entrou no projecto logo depois de terminar as filmagens de "Captain Horatio Hornblower" (1951), que acabaria por ser lançado depois. Tinha também terminado "The Enforcer", filme do qual recusou créditos, mas Walsh estava mais do que pronto para voltar a pegar no tema deste filme, principalmente filmar no Deserto Mojave, local onde rodou o climax para "High Sierra", alguns anos antes.
Merecendo ser reavaliado hoje em dia, sobretudo devido aos seus próprios méritos, dramáticos e técnicos (principalmente a fotografia de Sid Hickox), "Along the Great Divide" aponta directamente para outros filmes sobre o tema "policia-transporta-o-prisioneiro", um sub-género que inclui filmes como "The Narrow Margin" (1952), de Richard Fleischer, "The Naked Spur" (1953), de Anthony Mann, "3:10 to Yuma" (1957), de Delmer Davis, entre outros.
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quinta-feira, 1 de outubro de 2015
As Aventuras do Capitão Wyatt (Distant Drums) 1951
Gary Cooper interpreta o capitão Quincy Wyatt, que tem a missão de reprimir a rebelião dos índios semínolas na Flórida, bem como impedir que contrabandistas vendam armas aos índios. Baseado numa história verdadeira passada em 1840.
Muito poucos westerns se tinham debruçado sobre os índios semínolas, localizados na região do Leste em vez do Oeste, mais propriamente na Florida. "Distant Drums", de Raoul Walsh foi quem quebrou este vazio, e vários outros se seguiram nos anos próximos, todos na década de 50: "Semínole" (1953), "War Arrow" (1953), "Shark River" (1953), "Seminole Uprising" (1955) e "Naked in the Sun" (1957).
"Distant Drums" tinha o mérito de ter sido filmado em extensas paisagens da Flórida, com muita da acção a ser filmada na região pantanosa dos Everglades. Também foi dado um grande uso do Castillo de San Marcos (anteriormente conhecido como Fort Marion) uma fortaleza espanhola onde este aprisionado o Chefe Seminole Osceola em 1837, durante a Segunda Guerra Seminole. Esta personagem é interpretada no filme por Larry Carper, um raro exemplo onde um caucasiano interpreta um indio americano. Na vida real Osceola era um misto de Caucasiano com Índio, e nasceu com o nome de Billy Powell.
O filme é um misto de western com "Objective, Burma!" (1945), uma das obras de guerra mais marcantes de Walsh, e conta-nos a história do Capt. Quincy Wyatt (Gary Cooper) e do tenente Richard Tufts (Richard Webb), e a sua companhia de soldados especialistas em andar nos pântanos, numa missão de recapturar um forte que foi tomado pelos Semínoles. Ao longo do percurso têm de atravessar várias dificuldades, como passar por areias movediças, escalar paredes, combates subaquáticos, por vezes só com uma faca, um revólver ou com os punhos, bem à maneira de Walsh.
Era muito difícil filmar nos pântanos, e Walsh contou que teve de contratar dois especialistas em serpentes, para limparem o terreno à medida que íam filmando. Mesmo assim os perigos ainda eram muitos. Cooper caíu nas areias movediças um dia antes de começar as filmagens, e o director de fotografia Sid Hickox disse que quase foi engolido por um jacaré. Segundo o realizador, Cooper também se queixou que tinha doado uma boa quantidade de sangue aos mosquitos e sanguessugas.
Longe de ser um dos melhores filmes de Walsh, ainda é um entretimento bem interessante. O equivalente a um blockbuster para a altura.
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