Irene começa um trabalho novo como recepcionista de um famoso hotel nas montanhas. Depressa descobre que a sua antecessora desapareceu em circunstâncias misteriosas, e que o seu destino está cada vez mais entrelaçado com o da outra mulher, com o hotel e a sua equipa a desempenharem um papel muito estranho. Irene é então confrontada com uma ameaça da qual tenta desesperadamente escapar...
The Bates Motel em "Psycho" (1960), de Alfred Hitchcock, o "Overlook Hotel em "Shining" (1980), de Stanley Kubrick, o Pine-Wood Motel em "Vacancy" (2007), de Nimrod Antal, são todos exemplos dos perigos inesperados que estão para além do balcão do check-in cinematográfico, enquanto David Lynch, sem dúvida o grande mestre a subverter os cenários aparentemente mais comuns, aparecia como produtor executivo da estranha série televisiva "Hotel Room", que foi abruptamente cancelada depois de apenas três episódios. Assim como os hotéis devem acomodar as necessidades dos seus hóspedes, e oferecer conforto e relaxamento, os realizadores pegaram no macabro para distorcer o objectivo pretendido e transformá-lo em armadilhas para tormento físico e psicológico, dos quais os protagonistas centrais podem não conseguir fazer o check-out. "Hotel" de Jessica Hausner é uma adição estranhamente atmosférica a este subgénero, que brinca com a consciência do público com os truques fílmicos a partir dos seus frames de abertura.
Segunda obra da realizadora e argumentista austríaca Jessica Hausner, depois de uma estreia bem interessante em 2009 com "Lovely Rita", com ambos os filmes a estrearem em diferentes anos em Cannes, ambos na secção "Un Certain Regard". Algures entre o universo de Lynch e "Shining", Hausner cria um exercício de suspense que brinca com os nossos mendos nos espaços comuns, e apesar de ambíguo, nunca entra no território dos efeitos especiais ou dos monstros de borracha.
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