quinta-feira, 18 de abril de 2019

O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões (The Prisioner of Shark Island) 1936

Depois do presidente Abraham Lincoln ser assassinado por John Wilkes Booth no Teatro Ford em 1865, Booth foi perseguido por soldados da União, e morto 12 dias depois. Oito pessoas foram posteriormente acusadas de conspirar ou ajudar Booth. Foram considerados culpados por um tribunal militar, quatro foram enforcados, um recebeu uma sentença de 6 anos de cadeia, e outros três levaram com prisão perpétua. Entre este último grupo estava um médico de Maryland, Dr. Samuel Mudd, que tinha tratado a perna que Booth partiu quando saltou do camarote de Lincoln para o palco depois de disparar contra o presidente. "The Prisioner of Shark Island" é a história de Mudd contada por John Ford, baseada num argumento original de Nunnally Johnson, que viria a escrever mais tarde alguns dos seus filmes mais importantes, embora aqui trabalhassem pela primeira vez.
No filme, Mudd (Warner Baxter) é retratado como uma vítima inocente das circunstâncias, injustamente acusado, e vítima de uma condenação apressada. Quando o conhecemos pela primeira vez, ele é um médico feliz que vive numa quinta em Maryland, com a sua esposa (Gloria Stuart), uma filha jovem, e um sogro briguento. Quando ele trata de Booth não faz a mínima idéia de quem Booth é, ou que Lincoln está morto, mas depois dos soldados perseguirem o assassino, descobrem que Mudd o tratou, prendem-no como conspirador, e levam-no para Washington para ser julgado. Desde o início que é maltratado, e a sua família desinformada sobre o que lhe está a acontecer. O tribunal é descrito como um tribunal que ignora os princípios básicos da justiça criminal. 
Em 1935, pouco depois do seu grande sucesso crítico de "The Informer", John Ford foi para a 20th Century Fox para fazer "The Prisioner of Shark Island", o primeiro de um contrato não exclusivo com o chefe de produção Darryl F. Zannuck. Acabaram por fazer juntos 12 filmes, entre os quais obras primas como "How Green Was My Valley", "The Grapes of Wrath" ou "My Darling Clementine". A parte fascinante é que Zannuck era um tirano, e foi incrível como ele se conseguiu dar bem com um iconoclasta como Ford. Os dois já se tinham cruzado em "Steamboat Round the Bend", e Ford tinha afirmado que os dois tinham o relacionamento ideal. Mesmo permitindo o exagero sentimental da idade, a disciplina exercida por Zannuck provocou algo de criativo em Ford, e a colaboração entre os dois tornou-se muito produtiva.

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