segunda-feira, 22 de abril de 2019

O Furacão (The Hurricane) 1937

O filme conta a história de uma casal de jovens nativos, Marama (Dorothy Lamour) e Terangi (Jon Hall), que vivem numa bonita ilha. Um dia, Terangi vai trabalhar num veleiro, apesar dos protestos de Marama. No Tahiti, envolve-se numa briga num bar, e por causa disso é sentenciado a 6 meses de cadeia. Tenta fugir, é apanhado, e a sentença é aumentada, e antes que dê por isso está a cumprir uma pena de 16 anos. Várias boas almas tentam convencer o governador Eugene De Laage (Raymond Massey) a libertar Terangi, mas apesar de saber que essa é a coisa certa a fazer, o governador recusa. Até que surge o furacão do título, que vai alterar o rumo da história..
O auge dos filmes catástrofe, com elencos fabulosos de estrelas, é conhecido como a década de 70. Muitos anos antes, na década de 30, tivemos uma vaga como exemplo, que hoje é pouco falada. Houve terramotos, em "San Francisco" (1936, de Van Dyke), incêndios, em "In Old Chicago" (1938, de Henry King), inundações em "The Good Earth" (1937, de Sidney Franklin), e também furacões e ciclones, em "Suez" (1938, de Allan Dwan), e também neste "The Hurricane" (1937, de John Ford). Ford era regularmente convidado para trabalhar em superproduções, que ía alternando com os seus filmes mais pessoais, conseguindo quase sempre deixar a sua marca pessoal. Neste filme contava com um elenco de luxo, com alguns actores a fazerem já parte dos seus já habituais colaboradores: Dorothy Lamour, Mary Astor,  C. Aubrey Smith, Thomas Mitchell, Raymond Massey, John Carradine, entre outros.
Uma palavrinha aqui para Thomas Mitchell. Na sua primeira colaboração com Ford conseguiu uma nomeação para o Óscar de melhor actor secundário. Perdeu-o, mas viria a ganhá-lo dois anos mais tarde por "Stagecoach", com toda a justiça. Os dois voltariam-se a encontrar no ano seguinte, em "The Long Voyage Home".
Embora um pouco datado para os tempos correntes, este filme de John Ford ainda merece alguns destaques. Um deles é a sequência do título, a do furacão. O tal que não sabemos quando, mas sabemos que ele vai parecer. Embora o filme esteja creditado como realizado por John Ford, esta sequência que rouba o filme, foi na verdade realizada por Stuart Heisler, com a ajuda dos magos dos efeitos especiais James Basevi e R.O. Binger. A capacidade de Heisler de simular um feroz furação foi fenomenal, e representa uma verdadeira obra-prima dos primeiros efeitos especiais. Toda a narrativa converge para este momento, e isso faz deste filme obrigatório para os fãs do género.

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