terça-feira, 9 de abril de 2019

O Juiz Priest (Judge Priest) 1934

O juiz William "Billy" Priest vive numa cidade do sul muito patriótica (confederada), no Kentucky, onde se instalou há 25 anos atrás, depois da guerra civil terminar. Viúvo desde há algum tempo, está feliz por receber o seu sobrinho, Jerome "Rome" Priest, filho da sua irmã da alta sociedade Caroline, e saído da escola de direito com o diploma nas mãos, pronto a receber o seu primeiro cliente. O juiz encorajou o interesse do sobrinho na sua vizinha do lado, e será a partir daqui que surgirá o seu  primeiro caso...

"Judge Priest", a segunda das três colaborações de John Ford com Will Rogers, é considerada por muitos como a melhor colaboração da trilogia. Como juiz de longa data de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, o juiz Priest, tal como o Doctor Bull, o protagonista do primeiro filme desta dupla, é talvez um pouco complacente para a sua condição, assumindo que a sua natureza bem intencionada evitará os dissidentes de reclamarem sobre as suas decisões ou do seu comportamento descontraído. Desde o início do filme que ficamos a saber que o juíz prefere ler um jornal do que ouvir os advogados pomposos no tribunal, e não sente remorsos em ir pescar com um homem acusado de ser ladrão.
É de notar que os papéis de Stepin Fetchit e Hattie McDaniel, como africo-americanos felizes, caem em território estereotipicamente ofensivo, com a relação de Rogers com as personagens interpretadas por estes actores a permitirem uma representação ligeiramente mais subtil das relações sociais do que era habitual na época. A amizade descontraída entre eles implica que o juiz esteja mais preocupado em curtir a vida do que manter a ilusão da superioridade moral. 
Ford refez o filme anos mais tarde, em "The Sun Shines Bright".

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