terça-feira, 16 de maio de 2017

Cold Fish (Tsumetai Nettaigyo) 2010

Quando o gerente de uma loja apanha a filha de Syamoto a roubar, um generoso homem de meia-idade ajuda-os a resolver a situação. O homem e a sua mulher oferecem-se para que a filha rebelde passe a trabalhar na loja de peixe deles. Mas não demora muito para que Syamoto descubra a verdade por trás da perfeição aparente do casal.
Promovido como sendo baseado numa história verdadeira, foi provavelmente revelado como tal por causa do factor choque. Está claro desde o inicio que algo não está totalmente bem com Murata, um homem abertamente amigável que se oferece para contratar a filha de Syamoto, explicando que o trabalho lhe ensinará a responsabilidade e curá-la-à do seu modo de vida. A partir daqui Sion Sono muda o ponto de vista, e seguimos os negócios de Murata como se estivéssemos escondidos dentro do armário. Murata e a sua esposa são dois abutres viciosos que matam sempre que lhes convém, e quando Syamoto se envolve num plano que termina no assassinato e desmembramento de um parceiro de negócios, nos últimos 30 minutos desenrola-se uma série de eventos que ficam mais estranhos e mais sangrentos a cada minuto que passa. 
"Cold Fish" é um thriller psicológico de horror que fica algures entres as profundezas humanas mais escuras, a violência desesperada, e o grindhouse gore de um filme de Takashi Miike, mas não pertence a nenhuma destas categorias. O que Sono pretende mostrar aqui é que a violência pode ser (e neste caso, é) catalisadora para revigorar a vida de alguém, o que é preocupente, mas também é uma observação atenta sobre a nossa cultura, onde a violência é um mal comum e aparece-mos diariamente nas notícias e na nossa vida. Na sequência final Sono faz algumas comparações interessantes entre a juventude e o poder, que pode ser lido como um aviso de deixar uma geração jovem assumir o controle, antes de estarem prontos ou compreenderem plenamente as repercussões dos seus caminhos selvagens.

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