Juan luta por ganhar a vida como técnico no estúdio de cinema local, e está sempre à procura de um esquema para ganhar mais dinheiro. Tem um monte de diplomas de escolas por correspondência na parede, mas, não verdade, não consegue consertar um radio. A sua esposa, Carmen, é obcecada por concursos e sorteios. Por exemplo, comprar mais sabão do que o casal alguma vez precisará para ganhar um prémio. Um personagem "obscuro", que trabalha no teatro local, convence Juan a "emprestar" algum filme do estúdio onde trabalha, e investir o seu dinheiro e equipamento num negócio de fotografia.
Primeiro filme feito por dois realizadores - Juan António Bardem e Luis Garcia Berlanga, - depois de se formarem na Escola Superior de Cinema, realizado em 1951, mas que só viu a luz do dia dois anos depois, na sequência do sucesso de "Bienvenido Mister Marshall", o filme anterior deste ciclo, que também tinha sido escrito pelos dois, mas que tinha sido uma realização a solo de Berlanga. A inexperiência de uma primeira obra é evidente, mas contém muitos dos elementos que definiriam as respectivas carreiras no futuro, e tem de ser referido que Bardem e Berlanga seriam duas das vozes mais importantes do cinema espanhol das próximas décadas.
A combinação entre comédia (Berlanga) e melodrama (Bardem) emraizada num ambiente pobre e realista, que era invulgar no cinema espanhol da época. A representação de problemas como o desemprego e a habitação foram razões que atrasaram a estreia do filme. O filme toca em alguns pontos marcantes sobre a Espanha de Franco, que ainda ressoam algumas décadas depois, destacando as desigualdades sociais, e a censura, nunca perdendo de vista o encantador romance em apuros, que é o núcleo do filme. Conta ainda com uma grande interpretação de Fernando Fernán Gómez, uma das lendas da interpretação espanhola.
Legendas em inglês.
Imdb
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