"A Torre dos Sete Corcundas", a adaptação cinematográfica do livro de Emilio Carrere, de 1924, conta a história de Basilio Beltrán (Antonio Casal), escolhido pelo fantasma do arqueólogo assassinado Robinson de Mantua (Felix de Pomés) para investigar a sua morte, ás mãos de uma comunidade de corcundas que fabricam dinheiro falso numa sinagoga subterrânea, uma remanescência clandestina da inquisição, construída em segredo debaixo da cidade. No decorrer da investigação Basílio apaixona-se pela filha de Robinson, Inés (Isabel de Pomés, também filha na vida real de Félix de Pomés), e afasta-se do objecto anterior do seu desejo, a cantora La Bella Medusa.
O filme, tal como o livro original, é definido pela sua natureza "popular" e fervilhante, tanto pretende ser um drama histórico como um filme de terror cómico que rompe fronteiras genéricas, temporais e locacionais, na intercepção entre o popular e o histórico. A história é estereotipada como um drama de fantasia numa Madrid vibrante e reconhecível, cujas formas de falar caricaturadas e o comportamento lembram os romances do século 19 de Benito Pérez Galdós, no século XIX. Nota-se a influência do expressionismo alemão que vai muito além de "Metropolis". A fotografia ecoa frequentemente "O Gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene, e isso reflecte-se tematicamente na abundância de hipnotismo, cientistas loucos, e arqueólogos.
Edgar Neville foi talvez o nome mais importante do cinema espanhol dos anos quarenta, um cinema mais leve, focado em comédias e entretenimento, ao contrário do que viria a acontecer na década seguinte. Foi dele a autoria de uma trilogia focada na cidade de Madrid, da qual este é o primeiro filme. Veremos os outros dois filmes também neste ciclo.
Legendas em inglês.
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