domingo, 6 de dezembro de 2015

O Soldado Americano (Der Amerikanische Soldat) 1970

Depois de servir no exército americano no Vietname, um antigo assassino profissional chamado Ricky, regressa à sua cidade natal de Munique, na Alemanha. A cidade está envolta numa vaga que crimes, que a polícia parece incapaz de conter. Três polícias renegados contratam Ricky para matar os gangsters que estão por trás da onda de crimes, o que ele com grande profissionalismo. Infelizmente, para tapar as pistas, os seus empregadores decidem que ele também deve ser eliminado.
Talvez o filme de gangsters mais inspirado de Fassbinder, "O Soldado Americano" é um excelente exercício de desconstrução do clássico film noir americano, pela forma como é apresentado, hilariante e profundamente inquietante. Como um devoto da Nouvelle Vague, Fassbinder era muito influenciado pelos primeiros filmes de Godard, neste caso encontra-se algumas semelhanças com "À Bout de Souffle" e "Alphaville". Isto é mais aparente nas sequências de mortes, e no modo subversivo como o filme apresenta o humor e o eroticismo, com as motivações familiares do film noir.
O fascínio de Fassbinder pela forma e a sua inclinação para o experimentalismo, duas características que talvez melhor definem a sua curta mas brilhante carreira, são muito aparentes neste filme. Principalmente na sequência final (que dura aproximadamente 5 minutos) na qual o protagonista e o seu irmão rolam sobre o chão, numa horripilante paródia a uma cena de amor erótica. Isto é precedido por algumas outras sequências eróticas ainda mais explicitas, nas quais o sexo e a morte estão sempre presentes - uma forte visualização da obscura tensão sexual que está presente na maior parte dos grandes filmes noir.
Em comum com os filmes de série B, este também foi feito com um orçamento muito reduzido, mas é ajudado pelo brilhante jogo de luzes, e pelo magnifico trabalho da câmara, que compensam os fracos valores de produção. É mais uma homenagem ao film noir, numa tentativa de perceber os principios do género, e apresentar uma reinterpretação moderna destes, para exprimi-la de uma forma mais moderna.

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1 comentário:

julia disse...

Tinha que ser a Mãe.