domingo, 26 de outubro de 2014

The White Reindeer (Valkoinen Peura) 1952



Passado na Lapónia finlandesa, esta estranha mistura de conto popular, fantasia antropológica e história de terror, recebeu tanto um Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, como um prémio especial em Cannes por "best mythical film".
Num prólogo mudo uma mulher grávida atravessa o vento e a neve para uma aldeia isolada, e morre logo após dar à luz uma filha. Os descendentes da criança serão todos contemplados pela "maldição do sol da meia-noite".
Na actualidade, Pirita (a co-argumentista Mirjami Kousmamen, esposa do realizador Erik Blomberg), mostra as suas habilidades numa corrida de trenós, ganhando o coração de Aslak (Kalervo Nissila). Aslak pede e recebe a sua mão em casamento, mas Pirita logo se cansa da indiferença do seu novo marido, e longas ausências enquanto ele cuida de um rebanho de renas num local distante. Ela apela para um feitiço do shaman Tsalkku-Nilla, para que mantenha Aslak perto, nada que ele não tenha feito anteriormente a dezenas de noivas abandonadas. Ele aconselha-a a sacrificar a corça que Aslak lhe deu como animal de estimação, e misturar o seu sangue com terra do cemitério das renas. Mas Pirita transporta consigo a maldição do Sol da Meia-Noite, e o feitiço vai correr terrivelmente mal.
Passado numa área desolada da Lapónia, o filme pinta um quadro fascinante do que as pessoas fazem para sobreviver num clima extremamente severo. Os residentes desta região dependem severamente da população de renas, para satisfazer as suas necessidades. As renas não só são a sua principal fonte de alimento, como também são usadas para o transporte e o entretimento.Tal como noutras culturas pelo mundo fora, os animais são mantidos em grande conta, porque são essenciais para a vida. Tão importantes que até foram integrados em crenças espirituais das aldeias. Há um santuário construido em sua honra, em frente a um cemitério onde esqueletos e chifres de renas do passado descansam. 
Erik Blomberg, um veterano director de fotografia faz a sua estreia na realização neste filme fora do vulgar, que se desenrola num cenário de neve brilhante, e de árvores carregadas de neve. Embora muitas vezes de forma estranha, o filme inclui uma mão cheia de imagens tão assombrosas que nos continuam na memória muito tempo depois de terminar o filme, em especial o misterioso cemitério de renas, ou o momento em que Pirita se olha ao espelho, e vê os seus dentes transformados. 
Um filme obrigatório para os completistas de cinema de terror, e um dos poucos a explorar as tradições folclóricas do povo Sami.
Legendado em inglês.

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Imdb

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