sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O Mundo É Um Manicómio (Arsenic and Old Lace) 1944



"Arsenic and Old Lace" conta-nos a mirabolante história de Mortimer (Cary Grant) que apesar de ser um grande crítico ao casamento, resolve casar no dia das bruxas. De visita à família para celebrar o matrimónio, Mortimer vai descobrir que as suas duas tias têm o estranho hábito de matar idosos... por caridade.
Uma mistura pouco convencional de comédia de humor negro com splastick, esta adaptação de uma peça muito famosa da Broadway é muito diferente da marca habitual dos restantes filmes do seu realizador: Frank Capra. Desde o inicio até ao fim o diálogo reflete perfeitamente a loucura, ainda que o tom seja macabro, e o desenvolvimento seja tudo menos previsível. Cary Grant mais tarde expressou a sua insatisfação sobre o seu papel muito expositivo, mas ele tem uma interpretação brilhante (apesar de ofuscado por alguns actores do magnifico elenco de apoio: Priscilla Lane, Raymond Massey, Jack Carson, Edward Everett Horton, Peter Lorre, James Gleason, Josephine Hull), mas de facto seria difícil de imaginar a escolha original para o papel principal (Ronald Reagan), ter a mesma presença que Grant.
Embora a maior parte do filme seja passada num cenário em particular, a sala de estar dos Brewster, o ritmo dos diálogos e a acção, é dificil manter tudo a direito. O cenário único ajuda a manter os personagens frente a frente, e a histeria a não ficar fora de controlo. Josephine Hull e Jean Adair são brilhantes como as tias loucas, a inocência dos seus olhos arregalados afasta qualquer indício de irregularidade. Elas fazem-nos acreditar que os seus crimes são, na verdade, um serviço de misericórdia, e não crimes a sangue frio.
Filmado em 1941, mas estreado em 1944, ficou fora de qualquer tipo de prémios, ao contrário de outros filmes de Capra, mas tornou-se numa obra muito respeitada com o passar dos anos.

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