sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pixote – A Lei do Mais Fraco (Pixote – A Lei do Mais Fraco) 1981



 “Pixote – A Lei do Mais Fraco”, além de ser o motor que foi na carreira do diretor argentino Hector Babenco, é também um dos maiores marcos do cinema nacional. A história gira em torno de Pixote (Fernando Ramos da Silva), um garoto que nunca conheceu os pais e vive nas ruas de São Paulo. Numa apreensão de menores infratores suspeitos pelo latrocínio de um homem importante, ele vai parar em um reformatório (a antiga FEBEM e suas paredes de sangue). Depois de um tempo, Pixote consegue fugir com Dito (Gilberto Moura) e Lilica (Jorge Julião), homossexual que estimula a fuga após seu companheiro ser assassinado em meio à corrupção policial existente ali. Fora da FEBEM, Pixote e seus amigos entram na criminalidade para conseguir sobreviver à deriva da sociedade. Trata-se de um filme pesado, às vezes claustrofóbico, cru em maior parte e que beira a melancolia solitária. Tudo isso foi calculado pelo próprio Hector Babenco, que se utilizou do neo-realismo italiano para adaptar o livro de José Louzeiro (“Pixote – A Infância dos Mortos”).
Para endossar ainda mais toda a naturalidade vista em cena, Babenco decidiu formar o elenco principal de garotos que vivenciavam a mesma realidade dos personagens. Para isso, escalou atores residentes de comunidades carentes de São Paulo. Fernando Ramos da Silva, o garoto que dá vida à Pixote, protagonizou também a informação mais trágica que norteia “Pixote – A Lei do Mais Fraco”. O ator, que também era oriundo de uma família carente, ganhou apoio para seguir a carreira. Chegou a conseguir papéis na Rede Globo e em outras produções, mas como era analfabeto, empacava na dificuldade em trabalhar com textos. Sua família nunca saiu da favela, e foi pra lá que voltou quando não teve mais perspectivas na arte. Envolveu-se com a criminalidade e, no ano de 1987, foi assassinado em uma batida policial, num crime que demorou a ser desvendado. Daqui

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