quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Blade Runner - Perigo Eminente (Blade Runner) 1982



Numa visão cyberpunk do futuro, o homem desenvolveu tecnologia para criar replicants, clones humanos usados para servir as colónias fora da Terra, mas com expectativas de vida curta... Na Los Angeles de 2019,  Deckard (Harrison Ford) é um Blade Runner, um policia que se especializa em destruir replicants... Já depois de reformado, é obrigado a voltar ao activo, para apanhar quatro replicants que estão em fuga.
Muito vagamente baseado numa novela de Philip K. Dick, "Do Androids Dream of Electric Sheep", é um "filho" de Ridley Scott a todos os níveis. Apesar de ter sido um fracasso na altura da sua estreia, transformou-se num filme de culto a todos os níveis.
Com efeitos especiais deslumbrantes, este belo e instigante conto futurista contava também com uma grande banda-sonora de Vangelis. Muito mais do que uma simples história de detectives, era uma obra que tinha vários significados, e que tratava de assuntos de peso para a humanidade, como memórias, sonhos, e uma visão do futuro que mudaria a face da ficção científica para sempre.
Os argumentistas Hampton Fancher e David Peoples estavam mais interessados em criar um clima específico e levantar uma série de questões sobre o que significava ser humano. Será os replicants menos importantes porque foram criados? As emoções de Rachael (Sean Young) foram criadas, e as suas memórias são falsas, mas ainda assim ela interage com os humanos como uma pessoa.  Deckard mas demonstra qualquer emoção, enquanto Batty (Rutger Hauer) e Pris (Daryl Hannah) são barris de pólvora e de amor, raiva e arrependimento. Por outro lado, Bryant e Gaff são figuras cínicas que se parecem preocupar pouco com os outros. Parecem manipular Deckard enquanto Batty tenta salvar a vida. Estas complexidades são o que eleva o filme acima do nível da sci-fi. A versão do realizador implica fortemente que Deckard seja um replicant, o que apenas solidifica o tema questionado se os andróides são realmente dispensáveis. Os humanos destruíram a sociedade e deslizam pelas ruas chuvosas, cheias de néon e artificialidade transformando o personagem principal numa máquina, o que apenas solidifica os sentimentos negativos da sociedade. Se o personagem que seguimos a maior parte do filme pode ser uma criação (nunca fica claro), diminui seriamente as esperanças para um futuro.  
Esta versão aqui postada é a do realizador (final cut).
Filme escolhido pelo Nuno Fonseca.

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