Django (Franco Nero) chega a uma cidade controlada por duas facções rivais: um gang de racistas do estilo KKK que usam capuzes vermelhos, e um gang de Mexicanos famintos por dinheiro. Tal como acontece em "Por um Punhado de Dólares", de Sergio Leone, Django vai tentar colocar os dois lados da barricada contra o outro, para tentar tirar o máximo de dinheiro possível para si, e executar uma vingança omissa. As motivações de Django são vagamente mostradas ao longo do filme, embora diversas possibilidades sejam colocadas em aberto.
Desde as primeiras imagens de "Django" que sabemos que estamos perante um western diferente. Um homem arrastando um caixão perante um terreno acidentado e lamacento. Uma abertura sombria, quase gótica, e uma música maravilhosamente kitsch, que mais parece um lamento. Apesar de ter a mesma história, o filme aqui afasta-se decididamente do primeiro da trilogia dos dólares. Os simbolismos parecem claros. Django leva a morte atrás de si, onde quer que vá. Como se ele e a Morte se tivessem fundido numa espécie de espectro caminhante.
Se Leone introduzira uma nova espécie de anti-herói, Corbucci consegue ir mais longe, introduzindo uma nova espécie de violência, excessiva tanto na quantidade como na natureza violenta e sádica que é uma constante neste filme. Logo o cenário da cidade onde se passa a acção é um dos mais deprimentes já vistos na história dos westerns: o de cidade coberta de lama. E este homem a puxar um caixão atrás de si, é uma figura mais enigmática do que o homem sem nome de Leone, que chega a uma cidade Mexicana montado numa mula.
Ao contrário do que era habitual nos spaghetti da altura, Corbucci utilizou um protagonista italiano, Franco Nero, e mostrou que era possível fazer estrelas dos actores da "casa". Franco Nero ficou famoso a partir daqui, e o nome da personagem Django foi utilizado em dezenas de filmes por essa Europa fora, para atraír público, mas Franco Nero só voltaria a este papel muitos anos depois, já nos anos 80.
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