sábado, 8 de março de 2014

A Guerra dos Botões (La Guerre des Boutons) 1962



Nesta suave comédia anti-guerra, uma classe de jovens estudantes divide-se em duas facções que começam a lutar entre si, com a parte vencedora a poder reclamar os botões das roupas dos perdedores. Um dia, uma das facções arquitecta um golpe estatégico, entrando na batalha nús, o que não deixa nada aos inimigos para roubar.No entanto, depois de uma vitória impressionante, um dos vencedores passa para o outro lado, ajudando-os e traçando um ataque que deixa os recentes campeões derrotados...
"La Guerre des Boutons" é um dos filmes mais importantes sobre a infância, do cinema francês. Foi feito no auge da da guerra entre a França e a Argélia, o que também pode ter contribuído para os problemas que o realizador, Yves Robert, teve em encontrar financiamento para o filme. No final, ele teve de montar a sua própria companhia de produção com a sua esposa, Danièle Delorme. Nenhuma distribuidora local iria tocar no filme, então Robert teve de se virar para os americanos - a Warner Bros aceitou o desafio mas sem grande entusiasmo. Ninguém poderia prever o sucesso do filme, muito menos o realizador, e este tornar-se-ía um grande sucesso de bilheteira, levando quase 10 milhões de espectadores às salas de cinema. Também foi muito bem recebido pela crítica, tendo ganho o prestigiante Prix Jean Vigo em 1962. Já estabelecido como actor, seria o primeiro sucesso de Yves Robert como realizador, que depois ainda faria mais algumas notáveis obras.
É baseado num romance clássico com o mesmo nome de Louis Pergaud, que foi pela primeira vez publicado em 1912, três anos antes do seu autor, um pacifista convicto, ser morto em acção na Primeira Guerra Mundial. Tem uma mensagem anti-guerra facilmente perceptível, a loucura extrema da guerra vista através do prisma da inocência na infância, que também era visto no filme de René Clement, Jeux interdits (1952). Mas este filme é mais do que um ataque à inumanidade do homem, e engola outros temas interessantes, a guerra de classes, o abismo entre gerações, os traumas de infância, e a procura de identidade. É talvez aqui que este filme se aproxime da Nouvelle Vague, porque de resto não é uma típica obra deste movimento. É um bónus para este ciclo.  

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