segunda-feira, 4 de maio de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: “Mãe!”, de Darren Aronofsky

O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e a Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias, 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O trigésimo quarto convidado é o artista Zina Caramelo, que escolheu Mãe! de Darren Aronofsky.

Sinopse: Um casal vive numa casa isolada onde ele, um poeta em crise de inspiração, viveu toda a sua infância. Ela, decidida a transformar aquele lugar num lar, remodela cada espaço com amor e dedicação. Certa noite, são visitados por um estranho que diz ser médico. O marido decide acolhê-lo. Depois chega a mulher do médico e, mais tarde, os dois filhos de ambos. A presença daqueles estranhos hóspedes depressa começa a tomar conta de toda a casa, possuindo-a e deixando a proprietária com uma sensação de terror que parece ir tomando, a cada dia, proporções cada vez maiores….

No seguimento da má recepção deste filme de Darren Aronofsky, Martin Scorsese veio em sua defesa e escreveu que “antes de chegar a ver Mãe!, estava extremamente perturbado com todos os julgamentos severos que lhe fizeram. Muitas pessoas pareciam querer definir o filme, catalogá-lo, achá-lo imperfeito e condená-lo. E muitos pareciam ficar contentes com o facto de ter recebido uma classificação de “F” do Cinemascore. Isto tornou-se mesmo uma notícia — Mãe! tinha sido "esbofeteado" com a "temida" classificação de “F” do Cinemascore, uma distinção terrível que partilha com filmes realizados por Robert Altman, Jane Campion, William Friedkin e Steven Soderbergh. 
“Depois de ter a oportunidade de ver Mãe!, ainda fiquei mais perturbado com esta pressa para julgar, e foi por isso que quis partilhar as minhas reflexões. As pessoas pareciam querer sangue, só porque o filme não podia ser facilmente definido ou interpretado ou reduzido a uma descrição de duas palavras. É um filme de terror, ou uma comédia negra, ou uma alegoria bíblica, ou uma fábula admonitória sobre a devastação moral e ambiental? Talvez um pouco de tudo o que se referiu anteriormente, mas certamente não apenas uma dessas categorias arrumadas.” 

Amanhã, a escolha de Rita Azevedo Gomes. 

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