terça-feira, 7 de abril de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: "The Man i Love", de Raoul Walsh

O “Jornal do Fundão“, os “Encontros Cinematográficos”, o “Lucky Star – Cineclube de Braga“, o “My Two Thousand Movies” e “A Comuna” associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blogue “My Two Thousand Movies”. O sétimo convidado é a actriz e realizadora Marta Mateus, que escolheu The Man I Love de Raoul Walsh.

Sinopse: The Man I Love é uma obra “diferente”, um soberbo melodrama à volta do destino de várias mulheres e das suas manifestações de independência, antecipando os retratos femininos que Walsh desenhará na década seguinte. Uma das obras maiores e mais “esquecidas” de Walsh e um dos filmes favoritos de Martin Scorsese, que expressamente o citou em New York, New York. Seguindo-se a Artists and Models, They Drive by Night e High Sierra, foi o quarto filme de Raoul Walsh com Ida Lupino, numa das suas grandes criações….

No seu livro sobre o realizador, Michel Marmin escreve que “The Man I Love, um dos mais belos monumentos de ternura e compaixão existentes, não requer nenhuma recomendação. Convido-os a deixarem-se guiar pelas tramas intrincadas de destinos plebeus cujas alegrias e tristezas geram o mais nobre encantamento, a deixarem-se fascinar por uma mise en scène exacta e feliz, eminentemente apta a captar a vida sem a abismar nem a sufocar, nas suas palpitações mais ténues e íntimas. The Man I Love, filme raro e pouco reconhecido, é no entanto uma manifestação exemplar de um cinema lúcido e forte.”
Justificando a sua escolha, Marta Mateus situa-nos “a grande Ida Lupino, actriz, realizadora e produtora na vanguarda da luta pela igualdade dos direitos das mulheres em Hollywood, frente à câmara de Raoul Walsh. O tema de George Gershwin (inesquecível na voz de Billie Holiday) empresta-lhe o título. O mais belo e exemplar filme onde o cinema vai ao encontro da música para a integrar na narrativa e no enredo, unindo duas das grandes artes que aqui respiram o mesmo tempo, ritmo e melodia. A memória de que a vida é também um clássico de desencontros em busca desta unidade.”

Amanhã, a escolha de Maria João Madeira

* Legendas em espanhol

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