O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e a Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “Cinema em Tempos de Cólera: 40 dias, 40 filmes”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O décimo sétimo convidado é o crítico de cinema norte-americano Chris Fujiwara, que escolheu The Quick Gun de Sidney Salkow.
Sinopse: O pistoleiro Clint Cooper (Audie Murphy) regressa à sua cidade natal, depois de algum tempo fora por ter matado em duelo dois filhos do rancheiro Tom Morrison (Walter Sande). No caminho, depara-se com a quadrilha de Spangler (Ted de Corsia), pronta para assaltar o banco local. Quando chega à cidade, Clint vê que a maioria dos homens está fora, conduzindo um rebanho, mas ainda assim decide ajudar o xerife Scotty (James Best), seu amigo. Clint também quer retomar o seu romance com Helen Reed (Merry Anders) e reaver o rancho da família..
Justificando a sua escolha, Chris Fujiwara disse que «agradeço ao Mário por me lembrar de Sidney Salkow. “The Quick Gun” parece um filme feito num mundo prestes a desligar-se totalmente. É quase doloroso de ver durante a primeira hora. A forma estranha como o director de fotografia usa o Techniscope reforça a sensação de que tudo se passa num vazio. Na última secção do filme, a redutibilidade de todo o empreendimento vem trabalhar em seu favor, e o filme sobrevive, como Audie Murphy, com uma espécie de certeza sinistra e vazia. Nunca vi um filme em que sentisse de forma tão intensa que a interpretação de Frank Ferguson elevava o nível do filme. “The Last Man on Earth”, de Salkow, é, sem dúvida, extremamente ressonante agora. Sente-se pena de toda a gente no filme... De Vincent Price, dos vampiros também.»
No livro de entrevistas de Boyd Magers e Michael G. Fitzgerald, Westerns Women, e na entrada dedicada a Merry Anders, que interpretou Helen Reed neste filme, lê-se que “toda a gente que alguma vez trabalhou com Audie Murphy fica com uma impressão distinta, muitas vezes variada, mas sempre distinta. “Como é que posso ser gentil... ele tinha mudanças de humor. Eu andava com muito cuidado. Ele olhava para nós como se nos pudesse matar, e nunca soube porquê. Falei com o Jimmy Best, que tinha trabalhado muitas vezes com o Audie. Ele disse, 'Ele amanhã esquece-se. Não passes as noites acordada por causa disso. O filme vai terminar daqui a três dias.' Nesse tivemos uma filmagem dura, íamos para as rodagens de exterior por volta das quatro horas da tarde e filmávamos a noite pela noite, até às 2:30 e 3:00 da manhã.”
Amanhã, a escolha de Marta Ramos.
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