sexta-feira, 24 de abril de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: "Holiday", de George Cuckor

O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e a Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias, 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O vigésimo quarto convidado é o crítico de cinema brasileiro Giovanni Comodo, que escolheu Holiday de George Cukor.

Sinopse: O livre-pensador Johnny Case fica noivo de Julia Seton, filha do milionário Ned Seton. Mas entra em choque com a noiva e com o pai dela quando expõe a sua forma livre de viver e ao negar-se a trabalhar, embora queira continuar a ganhar dinheiro. Só é compreendido pela irmã da noiva, Linda Seton, que é considerada a ovelha-negra da família.

No início da sua folha da Cinemateca sobre o filme, Bénard da Costa escreve que “Holiday assenta em quatro poderosos pilares, todos eles reutilizados por Cukor no célebre The Philadelphia Story de 1940: na base, uma peça teatral de Philip Barry, célebre boulevardier dos anos 20, 30 e 40; adaptação de Donald Ogden Stewart, argumentista favorito de Cukor e que, com ele, havia colaborado já em Tarnished Lady e Dinner at Eight, e colaboraria, no futuro, em The Women, The Philadelphia Story, A Woman's Face, Keeper of the Flame e Edward My Son, antes de ser posto na lista negra do Senador McCarthy; Katharine Hepburn e Cary Grant. E foi o quarto filme de Katharine com Cukor (depois de A Bill of Divorcement, Little Women e Sylvia Scarlett) e o terceiro filme dela com Cary Grant (depois de Sylvia Scarlett e de Bringing Up Baby de Howard Hawks).” 
Justificando a sua escolha, Giovanni Comodo escreveu-nos que “a comédia de George Cukor traz em estado de graça a dupla Cary Grant (Johnny) e Katharine Hepburn (Linda). Cukor, sempre elegante, sempre discreto, faz do filme uma enorme oportunidade para observar o movimento dos corpos de Grant e Hepburn no espaço: como andam, como se atraem, como respiram próximos um do outro. Grant em estado burlesco, com cambalhotas mil, e Hepburn em pura classe e incendiária. Para além disso, há piadas incessantes do choque de Johnny e seus amigos com a alta roda nova-iorquina. Um filme que não caminha, desliza. Por fim, é difícil pensar em algo melhor para estes tempos do que ficar trancado por um par de horas em um quarto com Grant e Hepburn.” 

Amanhã, a escolha de Carlos Fernandes. 

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