quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Sinfonia Fantástica (La Symphonie Fantastique) 1942

Em Paris por volta de 1825, Hector Berlioz é um estudante de medicina que demonstra mais interesse em música do que na anatomia humana. Convencido de que o seu futuro será de compositor, o jovem Berlioz abandona os estudos e dedica-se às composições musicais encorajado pelo seu amigo Antoine Charbonnel. O mundo ainda não está preparado para Berlioz e o seu novo conceito musical, e apenas longos anos de trabalho duro e desilusões ele começará a ver frutos.
"La Symphonie Fantastique" era o mais grandioso dos filmes produzidos pela Continental na altura da ocupação. O homem apontado para dirigir a Continental, Alfred Greven, tinha um especial interesse nele e deu uma ajuda no argumento. O filme não era uma adaptação muito fiel da vida de Berlioz, apesar de ir buscar inspiração às suas "Mémoirs". Em comum com outros respeitáveis biopics de artistas proeminentes era o facto de se destacar o trabalho do artista em prol do artista como pessoa, e apesar do filme não surpreender muito enquanto drama, acaba por ser um respeitável produto a um dos mais importantes compositores franceses. Uma produção de alto nível, que revelava a superioridade da cultura francesa, e que apelava ao patriotismo francês num período de grande incertezas e ansiedade.
Como seria de esperar de qualquer filme financiado pelos Nazis, este glorioso biopic não podia ter uma mensagem muito aberta com o risco de ser banido, e provavelmente as intenções de Greven eram de unir os franceses,  e servir o seu iluminado líder Maréchal Petain, a viver em Vichy. Infelizmente alguns alemães proeminentes, incluindo o ministro da propaganda Joseph Goebbels, viram o filme de uma forma diferente, como um flagrante apelo ao patriotismo francês que poderia provocar reações na Resistência Francesa, e foi assim que "La Symphonie Fantastique" foi considerado perigoso, e todas as suas cópias encontradas foram enviadas para a incineradora.
Greven era a grande força por detrás do filme, mas a realização cabia a um jovem de 37 anos chamado Christian-Jacque, que já tinha conseguido um grande sucesso para a Continental, "L'Assassinat du Père Noel", no ano anterior. Com grandes recursos, como os que tinha da Continental, Jacque fazia grandes filmes, embora nunca tinha atingido o estatuto de "auteur".
Legendas em inglês.

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