quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Au Bonheur des Dames (Au Bonheur des Dames) 1943

Denise Baudu, uma jovem órfã com necessidades, decide ir para Paris onde o seu tio mantém uma loja de tecidos, "La Vieil Elbeuf", onde espera que o tio a coloque numa boa posição. Infelizmente Octave Mouret, um concorrente visionário do tio, acaba de abrir uma gigante loja nas proximidades, que agora atraí clientes como um íman.  Denise, ao perceber que a loja do tio está a morrer, vai oferecer os seus préstimos a Octave.
"Au Bonheur des Dames" foi uma das produções mais generosas da Continental no período da ocupação. Baseado no 11º livro do escritor francês Émile Zola, "A Saga dos Rougon-Macquart" o filme quase subverte as intenções originais de Émile Zola e oferece uma declaração sem vergonha do Petainismo à sua ideia mais básica. Apesar do seu óbvio contexto político, que lhe valeu algumas críticas pouco favoráveis durante e depois da ocupação, o filme não tem qualquer falha tecnicamente, e um dos filmes visualmente mais impressionantes feitos pela Continental. A escala dos cenários e a atenção aos detalhes são incríveis para um filme do seu tempo, providenciando um dos mais autênticos retratos do Segundo Império Francês. 
O filme foi realizado pelo antigo advogado André Cayatte, o segundo de três filmes que ele fez para a Continental, e era também o seu segundo filme, e já mostrava suficiente talento para tirar o máximo de partido dramático de cada cena, como na sequência do confronto final entre Baudu e o seu rival Mouret. Tal como Zola, Cayatte era muito influenciado pela consciência social dos artistas, e, no futuro , daria a voz a vários importantes temas sociais, como a queda do sistema judicial francês. Este filme não é tão directo a condenar os males da sociedade como alguns dos seus filmes posteriores, mas faz um comentário importante ao poder dos grandes negócios a tomarem conta das nossas vidas, em prejudico dos pequenos negócios.
Legendas em inglês.

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