A premissa deste filme é muito simples, mas de forma alguma isso diminui o seu poder. Uma jovem é convencida pelo seu empresário a ir para casa com ele. Quando chegam ao apartamento vão para a cama, mas ela descobre que o empresário é tudo menos normal. Aparentemente ele foi abandonado pela esposa, como podemos ver em flashbacks ao longo do filme, e tem problemas familiares.
"O Embrião Ataca em Segredo" oferece-nos uma das primeiras variações de uma história que se repete continuamente no cinema japonês, em que duas personagens, geralmente um homem e uma mulher, retiram-se para um espaço edipiano e começam a evoluir através de um processo de exploração sexual e violência sobre o corpo e a mente. Esta situação abrange outros filmes japoneses, e foi muito bem explorada em obras como "O Império dos Sentidos", de Oshima, que Wakamatsu produziu, ou, mais recentemente, "Audition" (2000), de Takashi Miike.
Raramente se vê a utilização de violência perturbadora e poesia visual como neste filme de Wakamatsu. Não há muito a contar numa história onde uma mulher é mantida prisioneira e é continuamente espancada, torturada e humilhada, a menos que a história seja contada por Wakamatsu. E ele o faz através de uma escolha criativa de ângulos de câmara e uma edição virtuosa. A mente doentia do protagonista está dividida em termos sentimentais pela prisioneira, e a forma como Wakamatsu lida com o argumento consegue demonstrar essa dualidade.
Fascinante na sua poesia austera e brutal, abriu caminho para outras obras primas do realizador, como "Violated Angels" (1967), e "Go, Go, Second Time Virgin" (1969).
Legendas em inglês.
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