quinta-feira, 16 de agosto de 2018

King & Country (King & Country) 1964

Durante a Primeira Guerra Mundial as tropas britânicas são entrincheiradas em Passchendaele, na Bélgica. Entre os voluntários há um jovem soldado britânico, Arthur Hamp, que é o único sobrevivente da sua companhia original. Hamp passou três anos nas trincheiras, e isso fez dele um veterano. Nunca foi acusado de cobardia, mas um dia resolve deixar a guerra para trás e regressar a casa. Em Calais, na França, é apanhado por uma patrulha da Policia Militar que prontamente o prende por sair sem permissão.  Os comandantes de Hamp decidem convocar uma Corte Marcial e acusá-lo de deserção. Se for considerado culpado pode ser fuzilado, e vai ser defendido pelo Capitão Hargreaves, que parece céptico sobre as suas hipóteses de absolvição. 
O norte-americano expatriado Joseph Losey baseia este tenso drama anti-guerra, pessimista e consciente das classes, na semi-autobiografia de J.L. Hodson, "Return to the Wood", e também na peça "Hamp" de John Wilson. J.L. Hodson baseava-se na sua própria experiência como advogado durante a Primeira Guerra Mundial, onde não conseguiu salvar um soldado da Corte Marcial.
O filme emocionante de Losey, filmado a preto e branco, foca o seu argumento na hipocrisia da sociedade, em questões militares, e usa o debate académico sobre a moralidade da guerra numa tentativa de ver através dos véus da sociedade, que envia os seus jovens para a guerra, e falha em assumir as responsabilidades pelas consequências das suas acções. 
Ganhou o British Academy Award de Melhor filme em 1964, enquanto Tom Courteney, na pele do jovem soldado, ganhava o de melhor actor em Veneza. Já o advogado de defesa é interpretado por Dirk Bogarde, habitual colaborador de Losey, com o papel de advogado de acusação a ir para Leo McKern.
Filme escolhido pelo Sérgio Alpendre. 

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