Nos anos 70, um jovem casal de adolescentes e toxicómanos, Bobbie e Rosie, vive de pequenos roubos. Quando Bobbie é ferido na sequência de um golpe, Rosie propõe-lhe refúgio junto do seu tio Mel, um traficante de droga que vive com Sid. Mel e Sid fascinam Bobbie e Rosie, com a sua vida de luxo, de drogas e de facilidades, e deixam-se arrastar para um importante roubo de narcóticos que corre mal.
Larry Clark, cujo filme "Kids" criou grande polémica com o seu impressionante retrato dos jovens adolescentes de Nova Iorque arrastados para a vertigem da droga e da SIDA, volta a assinar um filme perturbador e incisivo que gira, mais uma vez, em torno de adolescentes e droga. "Um Dia no Paraíso", que parte da adaptação de um romance de Eddie Little, é um cruel, irónico e impressionante "road movie" sobre o alucinante convívio de um jovem casal de adolescentes, marginais e toxicómanos, com um casal de traficantes de droga, que criam entre si uma espécie de laço familiar regido por leis absolutamente perversas ao longo de uma trajectória de crime e violência. Clark constrói uma espécie de melodrama familiar num mundo de marginalidade, amoralidade e decadência de valores morais, no qual os adolescentes são as melhores e mais trágicas vítimas. Um filme duro, cruel e perturbador, com James Woods, Melanie Griffith e os jovens Vincent Kartheiser e Natasha Gregson Wagner nos principais papéis.
* texto de RTP
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