segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Noivos Sangrentos (Badlands) 1973



Estados Unidos, 1959. Kit é um criminoso em fuga, procurado pelas mortes de várias pessoas. Acompanhado pela sua nova namorada Holly, que presenciou os crimes, perde-se num mundo de fantasia em que a violência e o crime são as únicas constantes. Os dois habitam um universo só seu, mas o rasto de balas e sangue que vão deixando enquanto fogem da lei, pelas paisagens desoladas do Dakota e Montana, é muito real.
A estreia de Terence Malick como realizador foi um sucesso estrondoso, tendo criado um conto popular seminal e inovador sobre jovens sem rumo. Passado no final da década de cinquenta, numa pequena cidade da Dakota do Sul, este road movie inovador tornou-se num clássico filme de culto, misturando assassinatos, banalidades, cultura pop, amor e romance, alienação, tudo misturado apanhando a vaga de rebeldia deixada por James Dean. É uma leve dramatização da matança levada a cabo por Starkweather e Fugate no final dos anos 50. Kit Carruthers (Martin Sheen) é um jovem colector de lixo com uma semelhança extraordinária com James Dean, que se vai apaixonar por uma jovem de 15 anos chamada Holly Sargis (Sissy Spacek).
Terrence Malick não romantiza ou julga os fugitivos, apenas conta a sua história tal como ela é, apenas deixa o espectador juntar os pedaços da história em falta. Isto funciona tão bem que poderia ser creditado ás fantásticas prestações de Sheen e Spacek. A beleza do filme é que revela apenas uma história simples que se esconde por detrás de um complexo conjunto de motivações das personagens. Embora essas motivações não estejam explícitas na história, deixam o espectador a pensar sobre a razão para toda aquela violência. Os dois desajustados encontram alegria em tornar celebridades nacionais e parecem muito distantes da realidade, e na sua simplicidade e falta de motivação parecem simpáticos, apesar da violência dos seus actos. O que tem significado para Kit é que o seu novo estatuto na sociedade eleva-o a uma espécie de herói popular, alguém que nunca pensou sobre a vida e a morte. Kit é um produto dos tempos materialistas, onde a televisão e os filmes coloram as suas acções. Estas, embora nunca sejam explicadas, dizem muito mais de que se tivesse sido tentado explicado. Malick apanhou algo sobre os subúrbios da América e a sua juventude desajustada, que é perturbador mas muito real.

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