segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Crisis (Kris) 1946



Ingeborg é uma professora de piano numa cidade pequena, que cria a sua filha adoptiva, Nelly, até à idade adulta. Quando Nelly faz os 18 anos, fica chocada com a chegada de Jenny, a sua verdadeira mãe, a quem ela chama de "tia". Jenny quer levá-la para a grande cidade, e ensiná-la a ser esteticista no seu salão. Estas são notícias devastadoras para Ingeborg, que está doente e não espera viver muito tempo. Ulf está apaixonado por Nelly, e pede-lhe para ficar, mas ela não gosta dele, e está apaixonada por outro homem.
A estreia de Bergman no mundo do cinema manteve um pé no mundo do teatro, com uma adaptação de uma peça de Leck Fisher. A "crise" do título não é referente a uma ameaça física ou situação perigosa, embora haja pelo menos um personagem à beira do precipício, do qual poderá não voltar. Pelo contrário, cada crise que é enfrentada neste filme, é de alma. O filme é um conto de moralidade, e as circunstâncias da narrativa de todas as pessoas envolvidas a questionarem as escolhas que fizeram e onde estão eticamente nas suas vidas.
Superficialmente, e provavelmente para a maioria dos críticos, "Crisis" representava a sedução de uma inocente da pequena cidade, pela corrupção da cidade grande. Mas a forma como a história é contada sugere abordagens de questões mais profundas, de ordem psicológica da angústia existencial, que futuramente iriam estar por detrás de muitas obras de Bergman. A expressão cinematográfica de Bergman já estava bem desenvolvida aqui, mas a inexperiência do realizador estava bem patente, quando ele se sentiu perdido ao fim de três semanas de filmagens, tendo sido enviado Victor Sjostrom para supervisionar o trabalho. Bergman tinha apenas 28 anos nesta altura.

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