terça-feira, 12 de março de 2019

Manhã Cinzenta (Manhã Cinzenta) 1969

Um grupo de líderes estudantis se reúne e pensa em organizar resistência frente à ditadura estabelecida. Presos, são submetidos a torturas e a um julgamento feito por cérebro artificial. O lado maquínico da lei e da ordem são impostos sobre a paixão e a liberdade humana.
O mais conhecido dos filmes de Olney São Paulo, Manhã Cinzenta foi exibido em diversos festivais ao redor do mundo, incluindo a Quinzena dos Realizadores, em uma de suas primeiras versões. Fugindo do tradicional, Olney monta seu filme com o que Glauber Rocha chamou de “montagem caleidoscópica”, o que pode ser evocado como uma resistência do próprio cineasta ao tradicionalismo aristotélico de empregar começo meio e fim, respectivamente, evocado até mesmo pela estudante líder estudantil, que apesar da angústia e apatia que abate seus companheiros, anuncia: eles me encontrarão de pé. O cérebro mecânico adota leis e ordens, mas a arte não possui regras intransponíveis. 
A existência do filme tem uma história por si só. Rendeu prisão e tortura ao realizador, acusado de compactuar com sequestro de avião desviado para Cuba, sob alegação de que seu filme teria sido exibido a bordo. Todas as cópias de Manhã Cinzenta encontradas pelas forças militares foram destruídas. Antes da perseguição o cineasta conseguiu exportar cópias para outros países, e assim o filme figurou em festivais internacionais depois de banido de solo brasileiro. O público brasileiro somente teve acesso ao filme graças membro do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que trocou o filme de latas em sua cinemateca, mantendo uma cópia exibida clandestinamente em cineclubes e em casas de amigos.

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