terça-feira, 2 de outubro de 2018

A Noite do Caçador (The Night of the Hunter) 1955

Grande Depressão. No processo de roubar 10.000 dólares de um banco, Ben Harper mata duas pessoas. Antes de ser capturado, convence o seu filho adolescente John e a jovem filha Pearl a não contarem a ninguém onde escondeu o dinheiro, incluindo a mãe Willa, que foi no brinquedo preferido de Pearl, uma boneca que ela carrega para todo lado. Ben é capturado, julgado e condenado à morte, mas antes de ser executado divide a sua cela com um homem chamado Harry Powell, um vigarista e assassino que engana mulheres solitárias, principalmente ricas. Harry faz tudo o que pode para saber a localização do dinheiro, sem sucesso, e depois da execução de Ben, fica decidido que Willa será a sua próxima vítima, imaginando que alguém da família sabe onde está o dinheiro...
Como a maioria dos filmes que desafiam convenções, ultrapassam barreiras e demarcações confusas de tom, estilo e género, "The Night pf the Hunter", de Charles Laughton, não foi muito bem recebido quando foi estreado, em 1955, nem pelo público nem pela crítica (nem pela United Artists, o estúdio que produziu e distribuiu o filme tinha uma ideia do que era o filme).  Os críticos ainda geraram alguma simpatia, talvez porque reconheciam que o filme incorporava alguma ousadia, e incluísse tantos estilos temáticos diferentes. O público, por outro lado, ficou bem longe do filme, o que desgostou Laughton, um actor britânico já de créditos firmados que se estreava na realização, mas que acabaria por não fazer mais nenhum filme. 
Baseado num livro de Davis Grubb, e adaptado para o grande ecrã por James Agree, um argumentista e crítico de cinema que anteriormente já tinha adaptado "The African Queen" de John Huston, constrói um thriller que salta implacavelmente entre o realismo duro e o lirismo exagerado, dando a impressão de ser um pesadelo estilizado. Mais de 60 anos depois da sua estreia, "The Night of the Hunter" continua a ser um filme sem igual. É um pesadelo sombrio no qual elementos aparentemente díspares e impraticáveis se juntam para criar uma das visões mais perturbadoras do cinema. 
Filme escolhido pelo Hugo Tavares.

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1 comentário:

JMAbreu disse...


Assustadoramente belo.