No Japão feudal do século 17, Hanshiro Tsugumo (Tatsuya Nakadai), um velho samurai desempregado, bate à porta de um poderoso senhor. Recebido por Kageyu Saitô (Rentarô Mikuni), o líder do clã, Tsugumo pede-lhe permissão para cometer suicídio por harakiri na sua residência. Mas quando o velho samurai indaga sobre um samurai mais jovem que cometeu suicídio, um pouco antes da sua chegada, as coisas tomam um rumo inesperado.
"Seppuku" é uma história de tradições injustificadas que levam a actos vergonhosos e mortes. É uma crítica à sociedade japonesa dos anos sessenta, que uma uma história de samurais como objecto, mas cujos principais pontos são mais comuns tanto ao ocidente como ao oriente dos dias actuais, assim como a idéia de trabalhar uma vida inteira para uma empresa, já não existe. O filme explora muitas questões, incluindo obrigações conflitantes, a adesão ao ritual e à tradição, honra virtual vs. honra verdadeira, corrupção política, a lealdade para com a profissão vs lealdade para com a família.
Masaki Kobayashi não se opõe ao gosto pelos filmes violentos, por isso ele não vê qualquer necessidade de destruir o envolvimento do público ou tornas as sequências de batalha extremamente desagradáveis com excesso de gore, ou abuso de efeitos especiais. As lutas são espectáculos deslumbrantes e absolutamente emocionantes de se ver, principalmente graças ás horas de montagem que levaram o filme a ser concluído.
"Harakiri" é uma pequena obra-prima com uma tensão em crescendo, revelando os factos progressivamente, e com contenção cinemática, cujo drama é potentemente infundido com conotações político-sociais, nada paradas no tempo e no lugar.
Kobayashi dois anos mais tarde viria a realizar outro dos grandes filmes japoneses dos anos sessenta, "Kwaidan", e aqui ganhou o grande prémio do Jurí no Festival de Cannes, de 1963.
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