Durante uma viagem de comboio para Viena, o compositor Gustav Mahler e a sua esposa Alma falam sobre os motivos que levam o seu casamento a falhar. A conversa evoca memórias do passado de Mahler, contando a sua história através de uma flutuação entre o passado e presente.
O nome de Ken Russell continua a ser um sinónimo de excesso, e poucos que já viram filmes como "The Devils", "Tommy" ou "Crimes of Passion" dificilmente conseguirão argumentar do contrário. Mas o desejo de chocar o público era apenas parte do seu repertório, e as habilidades que ele desenvolveu como cineasta para a série de documentários Omnibus da BBC são exemplificadas por este filme biográfico atípico sobre o compositor Gustav Mahler. Interpretado de forma severa por Robert Powell, a vida do compositor é explorada numa estrutura de flashbacks, com ênfase na religião e família. Há também um forte sentido pictórico das paisagens. Russell frequentemente reclamava da falta de filmes britânicos no campo, e o Lake District onde é filmada parte da acção, é um cenário pitoresco.
Há um pequeno cameo de Oliver Reed, e há uma sequência de sonho anacrónica com nazis, mas Russell mantém o controle, e oferece-nos uma imagem austera e digna do génio musical, desprovido de qualquer sensacionalismo porque Russell era regularmente criticado. Quase ninguém viu o filme quando estreou nas salas, mas teve honras de passar em Cannes, e concorrer para o prémio principal.
2 comentários:
apesar de nunca ter saído dos meus favoritos, fazia uns bons dez anos que não entrava nessa página, por diversos motivos. e qual foi a minha supresa em saber que continua firme e ativa na resistência à massificação do cinema. mil parabens por esse trabalho essencial!
Obrigado Gabriel. Já faz 13 anos, em Agosto próximo.
Sempre na luta.
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