quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Mangue Negro (Mangue Negro) 2008

Certo dia, numa comunidade de pescadores tão pobre como fora do tempo, a natureza resolve mostrar o seu lado macabro. Do manguezal de onde sai o mísero sustento emergem zombies canibais. Ninguém sabe o que causa a “contaminação”. O que interessa é fugir e sobreviver para fugir de novo. A cada mordida, pais, amigos e irmãos transformam-se em criaturas abomináveis. Diante de um horror que não recua nem com a claridade do dia, que não poupa sequer peixes e crustáceos, um sobrevivente relutante e amedrontado descobre-se hábil com o machado e péssimo na hora de se declarar para a morena que faz o seu coração bater.
"As vantagens de se produzir um filme de terror no Brasil são grandes. Mesmo que a história não seja digna, o interesse dos críticos, dos acadêmicos e dos cinéfilos é aguçado por conta da lacuna deste gênero na história do cinema brasileiro. Temos o legado de Zé do Caixão, indiscutivelmente um lutador que hoje é visto como parte integrante do cânone, mas que no passado era tratado com desleixo. Condado Macabro, em 2015, apresentou uma versão bem brasileira do gênero slasher e não decepcionou.
 Mangue Negro, lançado muito antes, em 2008, também “inaugurou” os filmes com a temática “zumbi” por aqui. O resultado não é uma obra-prima, mas é no mínimo curioso. Como dito anteriormente, o fato de não termos este tipo de produção como algo constante torna a obra objeto de curiosidade e culto. Dirigido por Rodrigo Aragão, a produção aborda uma contaminação num mangue no interior do Espírito Santo, um dos estados menos favorecidos como espaço fílmico nos registros da nossa cinematografia. 
A tal contaminação se espalha rapidamente e transforma os pescadores da humilde comunidade em monstros devoradores de carne humana. Apresentado no formato que lembra esquetes, haja vista a sequência de diferentes linhas narrativas que se encontram mais adiante, o foco central do roteiro é o amor do carinhoso Luís (Walderrama dos Santos), dedicado cotidianamente a doce Raquel (Kikka de Oliveira). Ele constantemente tenta se declarar, mas as suas investidas descem por água abaixo, ganhando projeção apenas quando o apocalipse zumbi se instala e assumindo a postura do herói ao estilo Ash, de Evil Dead, Luís precisa tomar o comando da situação e tentar salvar a si e a sua amada."
Texto de Leonardo Campos. Podem ler mais, aqui.
Filme escolhido pelo Sandro Gomes. 

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