domingo, 8 de julho de 2018

I Fidanzati (I Fidanzati ) 1963

Um jovem rapaz, abandona a noiva e muda de cidade em busca de um trabalho que lhe proporcione melhores condições de vida. Fica durante 18 meses a morar e trabalhar na Sicília. A solidão e a melancolia da sua nova vida levantam-lhe questões existenciais sobre o amor.
Ermanno Olmi pega no cliché de que uma relação à distância sempre falha e transforma as pessoas, e explora como o amor floresce quando os seus amantes são separados pelo trabalho, o filme é uma exploração da solidão e das relações de longa distância, onde um casal tem de lidar consigo mesmo, e com o amor pelo outro.
A acumulação de detalhes é lenta e deliberada, lentamente empurrando o protagonista para a percepção de quão profundamente ele sente a falta da noiva, e quanto valoriza a sua relação. A partir de certa altura o casal começa a trocar cartas que são lidas em voz alta na narração. Esta súbita abertura de comunicação aberta e sincera tem um contraste com o resto do filme, quieto e reservado. E apesar do romantismo dessa relação centrar e da beleza das imagens de Olmi, o filme também serve como uma crítica marxista à alienação do trabalho, das pressões económicas que levam os trabalhadores a arrancar das suas casas e das duas famílias em busca de recursos cada vez mais escassos. Como a maioria dos grandes filmes políticos, "I Fidanzati" situa a sua política no campo pessoal, nos dramas da separação e do amor, que guiam o casal central. 
Nomeado para Cannes, ganhou o prémio OCIC, mas a concorrência para a Palma de Ouro era enorme. O principal prémio foi para "O Leopardo", de Visconti. 

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