Em Itália, o jogador e professor de poesia Daniele Dominici chega à cidade costeira de Rimini onde é contratado para dar aulas no liceu durante quatro meses, substituindo outro professor. A sua relação com a namorada Mónica está em crise, e ele passa a maior parte do tempo com os seus novos amigos, os também jogadores Giorgio Mosca, Marcello e Gerardo Pavani. Na sala de aula ele conhece a bela e misteriosa estudante, Vanina Abati, de dezanove anos, que também é namorada de Gerardo, e sente uma grande atração por ela. Começam a encontrar-se fora das aulas, e apaixonam-se.
"La Prima Notte di Quiete" é uma história cruel e trágica, fria e melancólica, magnificamente interpretada por Alain Delon, a desenvolver perfeitamente o papel de um homem ateu, numa desesperante crise existencialista. A fotografia e a banda sonora são muito frias, tal como o ambiente de Rimini. Valerio Zurlini usa alguns elementos melodramáticos para mergulhar profundamente no desespero existencialista do personagem de Delon, enquanto ele caminha pelas discotecas de uma Itália do inicio dos anos setenta, pós-revolução sexual, pressionado pelas
pessoas vazias em seu redor, tentando desesperadamente distrair-se de qualquer forma. Este tema já era habitual na filmografia de Antonioni, e viria a ser melhor explorado no seguinte e último filme de Zurlini, "O Deserto dos Tártaros", uma obra que, apesar do tema, não podia ser mais diferente de "La Prima Notte di Quiete".
A fotografia é de Dario di Palma, sobrinho de Carlo di Palma, na sua única colaboração com Zurlini. Seria um dos primeiros filmes de Sonia Petrovna, uma jovem revelação do cinema francês que passou ao lado de uma grande carreira.
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