quarta-feira, 21 de agosto de 2013
O Sargento Negro (Sergeant Rutledge) 1960
"Sergeant Rutledge" é um filme interessante, porque é um pouco diferente de tudo o que seria de esperar de um western de John Ford. O que o torna um pouco diferente é que ele assume a forma de um drama de tribunal, um tribunal marcial de um soldado negro acusado de assassinato e violação. Mas este não é o drama de tribunal como "Anatomy of a Murder", em vez do tribunal e das testemunhas que assumem a história, estamos lá para ouvir contar a história, através de uma série de flashbacks que são mais típicos dos westerns de John Ford. Há ainda um toque de ingenuidade sobre como as peças da história juntas e as pistas se revelam quanto à possibilidade ou não do soldado ser culpado.
O sargento Braxton Rutledge (Woody Strode) é um soldado numa unidade em que um major e a sua filha são assassinados, e é ele quem é acusado. Diante de um tribunal marcial o tenente Tom Cantrell (Jeffrey Hunter) defende Rutledge, e cada testemunha leva para baila uma história que se desenrola a respeito de porque Rutledge fugiu da guarnição e foi encontrado numa estação de comboios com Mary Beecher (Constance Towers).
"Sergeant Rutledge" toma assim a forma de um drama de tribunal com o tenente Tom Cantrell a tentar provar que o primeiro sargento Braxton Rutledge não é culpado do crime e violação. Inicialmente, sentimos que a definição do tribunal existe para pouco mais do que permitir a Ford servir um pouco do seu humor típico, já que temos o atrapalhado coronel Otis Fosgate a presidir a corte marcial e há uma sala cheia de civis que olham para o caso como uma forma de entretenimento, incluindo a própria esposa de Fosgate. Mas no final, a configuração do tribunal real acaba por ser um veículo para contar a história através de uma série de depoimentos de testemunhas, e uma série de flashbacks.
Quanto às interpretações são sólidas mas também esquecíveis, ou pelo menos a maioria, que inclui Jeffrey Hunter e Constance torres. Mas é Woody Strode como o sargento acusado que faz o maior impacto com a sua imponente figura muscular, preencheendo a tela. Ele mal pode dizer uma palavra no tribunal, mas durante os flashbacks cria esse personagem recto, um homem decente, mas um com uma escuridão e um medo de ser acusado injustamente, devido à cor de sua pele.
O que a isso tudo se resume é que "Sergeant Rutledge" é surpreendentemente um bom filme, mas que não é realmente um drama de tribunal. A forma como os pedaços da história se juntam funciona bem, mantendo-o interessante até ao fim.
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