Depois do grande sucesso que foi o seu filme de 1925, "Battleship Potemkin", Sergei Eisenstein foi chamado pela produtora soviética Sovkino para fazer um filme para comemorar a revolução de Outubro. Primeiro Eisenstein chamou o filme de "Ten Days that Shocked the World", e usou como base o popular livro de 1919 com o mesmo nome de John Reed para escrever o argumento, transcrevendo para o cinema a história de Reed, e usando o que ele chamaria de "montagem intelectual", ou o uso de vários dispositivos metafóricos para usar diversas ideias dentro do objectivo do filme. John Reed era um jornalista americano que serviu como correspondente durante a Guerra Mexicana (1916, 1917) e depois durante a Primeira Guerra Mundial, que o levou a Petrograd em 1917, no inicio da Revolução Bolshevik (Outubro). Quando regressou aos Estados Unidos ajudou a fundar o Partido Comunista. A reprodução das batalhas e destruição com milhares de pessoas eram difíceis de reproduzir com os limitados meios da época.
Filmado em estilo de documentário relata os eventos da Revolução Russa com uma tendência para suportar o lado comunista, embora mantenha uma postura factual em vários assuntos, como a dedicação de muitos à causa e o sofrimento suportado Eisenstein encena os eventos em Petrograd desde o fim da monarquia czarista em 1917, até ao fim do governo provisório e os decretos da paz e da terra em Novembro daquele ano.
Eisenstein completou poucos filmes no seu país de origem, e a maioria deles sob supervisão dos censores Stalinistas, e apesar do respeito que Hollywood tinha por ele, "Outubro" tinha tido supervisão do governo, e por causa das mudanças politicas no país Eisenstein tinha sido instruído a cortar sumariamente muitos dos participantes na revolução, como era o caso de Leon Trotsky. Por causa das ordens do governo Eisenstein teve de cortar um terço do filme, e segundo o seu colaborador Aleksandrov Stalin apareceu no estúdio na fase final da montagem, e foi-lhe mostrado vários partes do filme que ele também mandou cortar. Assim, o filme estreou nos Estados Unidos e Inglaterra numa versão muito simplificada, e não teve grande exibição nos cinemas por causa do seu forte apoio ao comunismo.
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