Neste filme inspirado nos contos antigos, eróticos e misteriosos do Médio Oriente, a história principal fala de um jovem inocente que se apaixona por uma escrava que o escolheu para seu dono. Depois do seu erro imprudente ter causado a sua separação, ele viaja à procura dela. Outros viajantes que contam as suas experiências trágicas e românticas, falam de histórias como a de um jovem que fica extasiado por uma mulher misteriosa no dia do seu casamento e de um homem que está determinado a libertar uma mulher do demónio.
O terceiro e último filme da chamada "Trilogia da Vida" de Pier Paolo Pasolini, adaptado de alguns dos contos mais eróticos da colecção de contos árabes "Mil e uma Noites", difere muito dos anteriores da série, também eles adaptados de coleções de histórias canónicas. De certa forma, este terceiro filme mistura os temas dos filmes anteriores, "Decameron" e "Os Contos de Caterbury", mantendo um pouco o humor obsceno e a liberdade sexual do primeiro, enquanto que lhe acrescenta alguns dos tons mais sombrios do segundo, a sexualidade é contrabalançada com personagens a serem crucificadas, desmembradas e castradas. O filme também carece de uma figura central, enquanto que nos outros é a personagem de Pasolini que unifica todas as histórias.
Pasolini recrutou um grupo de actores jovens com pouco experiência, e juntos percorreram exteriores espectaculares (na Etiópia, Irão, Nepal), e aparentemente escolhendo talentos locais para preencher o resto do elenco. O segundo filme desta trilogia tinha ganho o Urso de Ouro em Berlin, e agora estava na altura de lutar por Cannes.
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