quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Polícia Sem Lei (Bad Lieutenant) 1992

Em Nova Iorque, um polícia corrupto faz uso da sua autoridade para assediar sexualmente adolescentes e fazer acordos com traficantes, para obter drogas e dinheiro sujo. Mas quando uma jovem freira é violada no altar de uma igreja do bairro, este polícia sem lei é atraído pelo seu caso e por uma derradeira e desesperada tentativa de encontrar os verdadeiros caminhos do poder da misericórdia.
"Bad Lieutenant" é, ao mesmo tempo um dos melhores e mais típicos dos filmes de Abel Ferrara, uma vez que contém grande parte dos elementos que definem a sua obra. E isto inclui cenas toxicodependentes errantes, polícias sujos, punks urbanos, armas, agulhas, e, no fim, uma mensagem definitiva de redenção. E seguindo os passos de Christopher Walken em "King of New York" ou Zoe Tamerlis em "Angel of Vengeance" vamos encontrar um Harvey Keitel que tem uma interpretação marcante. Nunca está fora do ecrã, e é difícil imaginar um actor que conseguisse fazer um tamanho acto de equilíbrio para esta personagem.  O crime nas ruas sujas de Nova Iorque é vividamente capturado, e os vilões que ela povoam são autênticos. É mais um filme onde Ferrara coloca uma atmosfera sórdida à frente da história, e continua a ser um trabalho admiravelmente intransigente. 
Junto com "Reservoir Dogs", de Quentin Tarantino, foi um dos filmes que ajudou a catapultar o nome de Harvey Keitel, um actor que já andava na estada desde os anos setenta, com bons resultados, mas que nunca tinha tido tanto reconhecimento. Uma personagem similar ao Travis de "Driver", muito mais crú do que o Mickey Cohen de "Bugsy" que ele tinha interpretado no ano anterior, e lhe tinha valido uma nomeação para melhor actor secundário. Keitel ganhou com este filme o premio de Melhor Actor no Fantasporto e o mesmo prémio nos Film Independent Spirit Awards.


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