Nova York serve de cenário para mostrar o conturbado mundo dos adolescentes, que indiscriminadamente consomem drogas e quase nunca praticam sexo seguro. Um jovem, que deseja só fazer sexo com virgens, e uma jovem, que só teve um parceiro mas é HIV soropositivo, servem de base para tramas paralelas, que mostram como um adolescente pode prejudicar seriamente a sua vida se não estiver bem orientado.
Durante 90 minutos este drama sensacionalista com textura de documentário de Larry Clark, o seu primeiro filme, envia os seus personagens por um espiral crescente de maus comportamentos. Interpretado por um feroz elenco de não actores, na sua maioria, os adolescentes rebeldes sem saída de "Kids" portam-se como uma matilha de jovens sociopatas, saltando de uma sensação para outra. Roubar, beber e tomar drogas, espancar uma criança até à morte, deflorar virgens, todas acções cheias de agressões, alimentadas pela fome eterna de uma cultura repleta de violência e fantasia pop.
"Kids" concentra-se numa pequena tribo, a turbulenta juventude do skate e do rap de Manhattan, que aperfeiçoam a sua atitude no fio da navalha do niilismo urbano. Mas o filme fala para maiores correntes ocultas, de desejo e desespero. O seu verdadeiro tema é a aniquilação da empatia na sociedade americana.
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