sábado, 22 de dezembro de 2018

Uma Voz na Escuridão (Experiment in Terror) 1962

Kelly (Lee Remick) é atacada por um desconhecido, que exige que ela roube 100.000 dólares do banco onde trabalha. Caso recuse, a sua irmã será assassinada. O FBI consegue interceptar um telefonema do desconhecido através do agente John Ripley (Glenn Ford), mas as pistas não são suficientes para encontrá-lo.
Depois de se especializar em comédias ligeiras (Operation Petticoat, High Time), romance (Breakfast at Tiffany’s), e mini-aventuras na TV com o detective Peter Gunn, em 1962 Blake Edwards resolveu virar-se para dois géneros completamente novos para ele: o drama social em "Days of Wine and Roses", sobre a força destrutiva do alcoolismo, e o horripilante suspense psicológico, em "Experiment in Terror", onde uma investigação do FBI se transforma num jogo entre um gato e um rato, entre uma heroína e um assassino chantagista.
Ambos os filmes eram interpretados por Lee Remick, e enquanto em "Experiment in Terror" a actriz partilhava o papel de protagonista com o actor veterano Glenn Ford, a verdadeira estrela do filme é sem dúvida Ross Martin, que transformou um vilão genérico num dos mais brilhantes e cruéis vilões de Hollywood, sem derramar uma gota de sangue na tela, ou fazer um acto gráfico de violação sexual. 
Mesmo sem ser visto em corpo completo até perto do final do filme, apenas através da sua voz ofegante, dos maneirismos faciais capturados pela macro-cinematografia, e o zumbido do órgão de Henry Mancini, Martin transforma-se num monstro capaz de atormentar as suas vítimas da forma mais cruel. 
O filme combina muito bem um imaginário de pesadelo e um olhar fascinante sobre as várias culturas em redor de São Francisco, saltando com grande facilidade entre locais e classes sociais, para o grande final em Candlestick Park.

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