domingo, 2 de dezembro de 2018

Sinédoque, Nova Iorque (Synecdoche, New York) 2008

Caden Cotard, encenador de teatro, está a trabalhar numa nova peça - mas tudo parece retirar-lhe a atenção. A mulher deixou-o e foi viver para Berlim, onde continua a pintar, e levou com ela a filha de ambos. Madeleine, a sua psiquiatra, está mais preocupada com a promoção do seu novo livro do que ouvi-lo. E a relação que tem com a jovem Hazel também não vai de vento em popa. E, para piorar tudo, sente-se doente com uma misteriosa doença que ataca o seu sistema nervoso. Aterrorizado perante a ideia da sua própria morte, Caden decide deitar tudo para trás das costas e, aspirando criar uma obra de uma integridade absoluta, reúne um grupo de actores em Nova Iorque...
Quando se trata de correr riscos, Charlie Kaufman é um mestre. No seu filme de estreia como realizador, explora a jornada que leva à morte, de certa forma comicamente, juntando alguns pedaços de obscuridade, bizarro, e alguns flashes de brilhantismo. Kaufman cria uma realidade alternativa, uma realidade tão elaborada e intencional como qualquer bom filme de fantasia, ainda que fundamentada, detalhada e reconhecível como a vida como a conhecemos. As fantasias cinematográficas de Kaufman não são convencionalmente povoadas por extraterrestes, hobbits, criaturas pré-históricas ou coisas semelhantes, mas sim, vêm de dentro do cérebro e geram personagens que se parecem como nós.Eles são doppelgängers assombrados, ou as visões que por vezes captamos nos cantos dos nossos espelhos, imagens das pessoas que poderíamos ser, e não de quem somos. Em comparação com os seus outros trabalhos, podemos dizer que é o filme mais onírico em que Kaufman já se viu envolvido. Os outros são contos de ocorrências extraordinárias em mundos realistas. 
"Synecdoche, New York" destaca-se também pela interpretação de Philip Seymour Hofffman, na frente de um grande elenco.
Filme escolhido pelo Bruno Costa.

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